Comissão de intermediação ultrapassa o limite FIFA
Uma auditoria realizada ao FC Porto revelou detalhes surpreendentes sobre a contratação de Chancel Mbemba em 2018. De acordo com o relatório, o clube pagou uma comissão de intermediação de 3 milhões de euros na transferência do defesa central congolês, proveniente do Newcastle, por 4,5 milhões de euros.
Este valor de comissão representou 44% da remuneração anual bruta do jogador, quando as diretrizes da FIFA apontam para um máximo de 3% neste tipo de negociações. Trata-se de uma das percentagens mais elevadas entre os 55 negócios analisados na auditoria.
Dívida renegociada com Pilgrim Holland
A entidade que acordou o pagamento desta comissão foi a Pilgrim Holland, sem que o auditor tenha conseguido identificar a sua estrutura acionista e o último beneficiário efetivo. Christophe Henrotay assinou os contratos de intermediação em representação da Pilgrim Holland.
O pagamento dos 3 milhões de euros foi dividido em nove tranches, com a última prevista para 28 de março de 2024, quase dois anos depois de Mbemba ter saído a custo zero do FC Porto para o Marselha. Aliás, nem todas as prestações foram pagas na data acordada, havendo uma dívida de 200 mil euros que a SAD azul e branca teve de renegociar em novembro de 2023, elevando o valor para 311 mil euros.
Adicionalmente, ficou estabelecido o pagamento à Pilgrim Holland de 250 mil euros por cada época que Mbemba representasse o FC Porto, o que acabou por acontecer até ao final do contrato.