Em entrevista recente ao programa Contrastes da TVI Player, Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto durante 42 anos, revelou quais foram os seus maiores desafios e adversários, tanto dentro como fora do campo de jogo.
Pinto da Costa, que liderou o clube portista durante mais de quatro décadas, abordou a sua relação com outros clubes e entidades, destacando a rivalidade desportiva com o Real Madrid e os conflitos com o Ministério Público.
Rivalidade Saudável com o Real Madrid
Segundo Pinto da Costa, o Real Madrid era o clube que mais o preocupava quando o FC Porto era sorteado para os confrontos europeus. «Havia um clube que não gostava nada de defrontar, embora curiosamente tenha sido amigo dos diversos presidentes que conheci e sou amigo do atual presidente, Florentino Pérez: era o Real Madrid. Tínhamos um complexo com o Real Madrid. Quando saía o Real Madrid, ficávamos logo preocupados», revelou o antigo presidente portista.
Apesar dessa rivalidade desportiva, Pinto da Costa destacou que sempre manteve uma boa relação pessoal com os diferentes presidentes do clube espanhol. «Curiosamente, uma vez saiu-nos o Real Madrid num grupo, fomos apurados os dois e foi a época em que ganhámos a Liga dos Campeões. Era o clube por quem tínhamos mais respeito, achávamos que era forte, tinha muita influência... os outros, para mim, o pensamento era sempre o de ganhar.»
Conflitos com o Ministério Público
Já fora de campo, Pinto da Costa apontou o Ministério Público como o seu maior adversário, refletindo sobre as diversas investigações a que foi sujeito ao longo dos anos. «Diria que foi o Ministério Público, porque, fruto de queixas anónimas e também de cartas anónimas, criaram uma ideia de mim, que tinha negócios, que tinha uma fortuna escondida. Infelizmente não tenho, o que tenho está bem à vista. Volta e meia era visitado para fazerem buscas, nunca encontraram nada», afirmou.
Pinto da Costa garantiu que sempre agiu dentro da legalidade e que nunca foi envolvido em negócios ilícitos, quer a nível pessoal quer no âmbito do FC Porto. «Sei que andavam nos bancos a ver as minhas contas, e aí nunca entrou dinheiro que não fosse justificado por cheques ou vencimentos. Houve, não vou dizer que fosse uma perseguição, uma ideia que eles tinham que felizmente nunca puderam concretizar, de que eu estava envolvido em negócios ilícitos, até no FC Porto. Encarei com naturalidade, porque tenho a consciência tranquila e tenho a certeza absoluta de que nunca vão encontrar nada, porque nada fiz que não fosse correto e dentro da lei.»