Pepe, o defesa-central português de 39 anos, anunciou recentemente o fim da sua brilhante carreira profissional, deixando uma marca indelével no futebol português. O jogador, considerado por muitos o melhor defesa-central português de todos os tempos e um dos mais brilhantes da história à escala mundial, vestiu a camisola do FC Porto durante 12 épocas, conquistando inúmeros títulos e tornando-se uma figura icónica do clube.
Dois dias após a sua despedida, o FC Porto recebeu o Gil Vicente e os adeptos azuis e brancos prestaram uma emotiva homenagem a Pepe, levantando-se e batendo palmas ao minuto 3, em reconhecimento da sua dedicação e lealdade ao clube.
Elogios de um jornalista
O jornalista Paulo Cunha, no seu espaço de opinião semanal "Hat-trick", elogiou o percurso de Pepe, afirmando que «no desporto-rei é fácil lavrar sentenças» sobre o jogador, apesar da «subjetividade de juízos definitivos sobre qualquer forma de arte — e o futebol (também) é arte».
Cunha referiu que Pepe apoiava Pinto da Costa nas últimas eleições do FC Porto, que terminaram com uma vitória esmagadora de 80,28% para André Villas-Boas contra 19,52% para Pinto da Costa. Na tomada de posse dos novos órgãos sociais, Pepe, na qualidade de capitão, e Sérgio Conceição, à data treinador, não conseguiram estar presentes.
A homenagem que não aconteceu
O jornalista questiona-se se, caso Pinto da Costa tivesse vencido as eleições, «não arranjariam espaço em agenda (aparentemente) tão preenchida para marcarem presença em ato de tamanho simbolismo». Contudo, Cunha afirma que «os dois, entretanto, terminaram a ligação ao clube, por razões que AVB disse ter explicado de viva voz a ambos».
Quanto à homenagem a Pepe, o presidente do FC Porto, André Villas-Boas, afirmou que tentou contactá-lo para combinar a cerimónia, mas Pepe não atendeu nem devolveu a chamada. Cunha sublinha que «Pepe representou o FC Porto, não o FC Pinto da Costa — e, por vezes, como parece ser o caso, importa sublinhar o chamado óbvio ululante».
Reflexão sobre a gestão de Cristiano Ronaldo
No final do texto, o jornalista faz uma breve reflexão sobre a gestão de Cristiano Ronaldo pela seleção nacional, citando as declarações do selecionador Roberto Martínez, que afirmou ter «informação confidencial que comprova» que o capitão da seleção «foi bem gerido, bem utilizado». Cunha suspeita que essa «informação confidencial» possa estar relacionada com os «objetivos pessoais do capitão de faturar na prova e bater outro recorde».
Por fim, Cunha questiona a máxima de que «o ataque ganha jogos, a defesa ganha campeonatos», afirmando que o futebol sénior masculino em Portugal parece ser uma exceção a essa regra, dando o exemplo do Sporting e do peso de Gyokeres na equipa.