A sucessão na presidência do FC Porto ficou decidida de forma categórica no passado dia 27 de abril. André Villas-Boas, com uma vitória esmagadora, destronará Pinto da Costa, o histórico líder dos "dragões" que comandava o clube há mais de quatro décadas.
Os números finais da votação foram surpreendentes para muitos observadores: Villas-Boas obteve 21.489 votos, correspondendo a 80,28% do total, enquanto Pinto da Costa ficou-se pelos 5.224 votos (19,52%). Esta ampla diferença legitimam a sucessão do eterno líder dos dragões, ainda que Pinto da Costa deixe uma pesada herança, dada a sua longa e bem-sucedida passagem pela presidência do clube.
## Uma nova era para o FC Porto
Os sócios do FC Porto, apesar de eternamente gratos a Pinto da Costa, decidiram colocar fim a este longo reinado, expressando em cada boletim que querem uma nova era para o clube. Na opinião de alguns analistas, votaram mais contra Pinto da Costa do que em Villas-Boas. No entanto, isso não significa que não confiem no novo presidente.
Villas-Boas, que se preparou para esta eleição nos últimos anos, rodeou-se bem e até abdicou de ser treinador, apesar de ter dito inicialmente que estar no comando técnico do FC Porto era o seu sonho. Entretanto, percebeu-se que o seu verdadeiro objetivo era assumir a liderança do clube, o que conseguiu a 27 de abril.
## Novos desafios para Villas-Boas
Desde a noite eleitoral, Villas-Boas deixou de ser treinador para se tornar presidente do FC Porto. Este é um cargo que não pode confundir com ser adepto, por mais amor que tenha ao clube. Prova disso foi a sua recusa em aceitar o convite de Pinto da Costa para assistir ao clássico com o Sporting na tribuna de honra do Estádio do Dragão, preferindo sentar-se na bancada entre os sócios.
Villas-Boas tem agora de despir a camisola de adepto e simultaneamente a pele de treinador. Apesar dos seus êxitos, como ser campeão nacional e conquistar a Liga Europa, o novo presidente do FC Porto terá de deixar o comando técnico a Sérgio Conceição, ou a quem o venha a substituir. Villas-Boas não quererá certamente ser um peso para qualquer treinador, focando-se nos desafios que herdou da longa presidência de Pinto da Costa.