A recente decisão de despedir Bruno Lage do comando técnico do Benfica gerou intensas conversas entre ex-dirigentes e candidatos a novas lideranças do clube. Gaspar Ramos, antigo dirigente do Benfica, mostrou-se crítico em relação à maneira como o clube é gerido, enfatizando que “o Benfica é uma grande empresa, o maior clube português e não pode ser dirigido por quem não sabe nada de gestão”. Ramos, em declarações à Sportinforma, destacou que a troca de Lage era “absolutamente necessária” e que o presidente Rui Costa deveria ter “tirado ilações em relação à época passada”.
Ramos aponta o dedo a Rui Costa como o grande responsável pela situação atual, acreditando que, apesar das aquisições entusiasmantes, o treinador não conseguiu alcançar resultados e que “a equipa já a época passada tinha o melhor plantel e com este treinador perdeu o campeonato”. Para ele, a decisão tardia de demitir Lage, num momento em que a pressão dos adeptos e a falta de conexão com os jogadores eram evidentes, indica falhas de gestão.
As Perspectivas de Mourinho
Mourinho, um nome que tem sido considerado para o lugar de Lage, também é tema de discussão. Ramos considera a iminente chegada do treinador como uma “tentativa de salvação” para o Benfica antes das eleições que se aproximam. Segundo ele, mesmo com a reputação de Mourinho, há incertezas sobre a sua capacidade atual: “O Mourinho tem um grande currículo, mas nos últimos clubes onde passou foi despedido”. Ele sugere que esta situação carece de uma análise rigorosa e propõe que o futuro contrato de Mourinho inclua cláusulas que respeitem a autonomia do próximo presidente do clube.
A imprensa internacional tem dado grande destaque a este possível retorno de Mourinho, com relatos de que ele aceitou um contrato até ao final da temporada 2026/27. Segundo o jornal 'A Bola', as negociações estão avançadas, mas algumas questões ainda precisam ser resolvidas. O retorno de Mourinho a Portugal é considerado um momento significativo, e não apenas para ele, mas para o próprio clube, dado que ele foi o primeiro treinador a orientar a equipa, no final do ano 2000.
Reações a Nível de Gestão
Martim Mayer, um dos candidatos à presidência do Benfica, também se pronunciou sobre a demissão de Lage, afirmando que era uma “decisão tão óbvia que é lamentável que apenas Rui Costa não a tenha percebido”. Mayer criticou a falta de planejamento da atual gestão e manifestou a necessidade de uma abordagem responsável, principalmente a pouco mais de um mês das eleições.
Maria Mayer alertou para a urgência de ganhos e ressaltou: “Tem de encontrar a melhor solução, que não só sirva para garantir as vitórias de que precisamos, mas também que considere que o futuro presidente do Benfica poderá ter outras escolhas”. Com as eleições a aproximarem-se, a pressão sobre Rui Costa e a possível contratação de Mourinho criam um cenário intrigante para o futuro do clube.
Expectativas para o Futuro
As questões de gestão, as expectativas dos adeptos e as decisões que serão tomadas nas próximas semanas definirão não apenas o presente, mas o futuro imediato do Benfica. O clube enfrenta um dilema crítico, à medida que as vozes de ex-dirigentes e candidatos à liderança se tornam mais fortes e visíveis na esfera pública.
Com a iminente possibilidade de Mourinho retornar ao clube que o viu brilhar no início da sua carreira, os adeptos e todos os envolvidos no Benfica aguardam com expectativa as movimentações que se seguirão. A interseção de política, gestão e futebol promete moldar não só a direção do Benfica, mas também o cenário do futebol português nos próximos meses.