As eleições para a presidência do Sport Lisboa e Benfica estão a gerar um intenso debate entre os candidatos, especialmente no que diz respeito às reformas propostas e à inclusão dos sócios. Cristóvão Carvalho, candidato à liderança do clube, expressou preocupações sobre o modelo de votação atual, que considera discriminatório
, uma vez que permite o voto eletrónico apenas a sócios nas Regiões Autónomas e no estrangeiro.
Carvalho criticou a falta de um sistema universal, afirmando que, ““comigo presidente, o voto eletrónico será universal e real. Seguro, auditável, aberto a todos os sócios — Lisboa, Porto, Newark, Luanda, Genebra, Paris ou Toronto, todos com o mesmo direito e a mesma facilidade””
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O Voto Eletrónico e a Inclusão dos Sócios
Na sua intervenção, Carvalho sustentou a sua posição argumentando que a atual liderança tem evitado o tema do voto eletrónico, dizendo que ““durante anos, a liderança do clube desconversou, adiou e fugiu ao tema””
. Nesse contexto, ele fez um apelo claro: ““Ou o voto eletrónico é garantido já nestas eleições, ou ficará claro para todos quem quer um Benfica moderno e participativo… e quem tem medo da democracia e vive num mundo obsoleto””
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As Propostas de João Diogo Manteigas
Enquanto isso, João Diogo Manteigas, também candidato, propôs uma reestruturação dos quadros competitivos da I e II Ligas, defendendo uma transformação profunda no futebol português. Manteigas afirmou que ““a centralização dos direitos audiovisuais, sem uma prévia requalificação dos quadros competitivos profissionais, não serve os interesses do futebol português””
. Ele criticou a recente proposta da Liga Portugal, que foi enviada à Autoridade da Concorrência, lamentando a falta de transparência no processo.
No entendimento de Manteigas, o futebol nacional não pode simplesmente seguir modelos de ligas estrangeiras sem considerar as suas particularidades. Ele propôs várias mudanças, incluindo a redução do número de clubes na Primeira Liga para 16 na época 2027/28 e depois para 14 na época 2028/29. Adicionalmente, sugere a criação de uma fase adicional na Primeira Liga, onde os clubes se dividirão em dois grupos para a disputa do título e manutenção.
Um Futuro Competitivo para o Futebol Português
Manteigas afirmou que este novo modelo é vital para o futuro do desporto em Portugal, referindo: ““Esperamos que esta proposta de requalificação dos quadros competitivos constitua um ponto de partida de uma discussão séria, estruturada e realista com vista ao aumento de competitividade das competições profissionais nacionais””
. Ambos os candidatos, Carvalho e Manteigas, exploram temas fundamentais para a evolução do clube e do futebol português, prometendo modernização e maior inclusão dos sócios.
O que está em jogo não é apenas a liderança do Benfica, mas também a forma como o futebol é gerido em Portugal, refletindo os interesses e as necessidades de todos os seus adeptos. Com discursos contundentes e propostas inovadoras, a expectativa é alta para as próximas movimentações nessas eleições e as suas potenciais implicações para o futuro do clube.