Juiz responsabiliza Ministério Público no Caso dos Emails do Benfica

  1. Jorge Marques Antunes critica MP
  2. MP indeferiu pedidos de buscas em 2017
  3. Falta de apenso afetou investigações
  4. Caso terminou com acusação a Vieira

No centro de um dos casos mais controversos do futebol português, o juiz Jorge Marques Antunes responsabiliza o Ministério Público pela ineficácia das buscas ao Benfica e escutas no famoso “Caso dos Emails”. Em um depoimento escrito, o magistrado explica que, em 2017, durante o início das investigações, o MP indeferiu pedidos cruciais para a realização de buscas e escutas a dirigentes do clube.

O juiz relembra que, na altura, “a procuradora Andrea Marques se recusou a enviar um apenso do processo”, o que impediu o avanço das investigações. Este apenso continha emails relevantes que poderiam ter lançado luz sobre o caso, conforme destacou o juiz. Ele conta que o processo de corrupção na atividade desportiva, que viria a ser conhecido como o “caso dos emails”, envolveu pedidos de autorização de buscas em várias instalações do Estádio da Luz e na Benfica TV.

Falhas nas Investigações

Na sequência dessas falhas, o juiz considerou que o Ministério Público não tinha reunido os pressupostos legais para as investigações desejadas. “Por considerar que não estavam reunidos os pressupostos legais para a realização das diligências que o MP pretendia ver autorizadas, o depoente proferiu nos autos um segundo despacho, no qual indeferiu a pretensão apresentada.”

A falta do apenso não só impediu as diligências necessárias, mas também desencadeou uma série de consequências que afetaram o desenrolar do caso. O juiz indicou que “decorridos alguns dias”, o processo retornou ao Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, mas o MP ainda assim “persistia em não instruir o processo com o referido ‘Apenso B’”.

Impacto das Acusações

A consequência direta dessa inação teve impacto significativo nas acusações resultantes do caso. O juiz ressalta que “para além de conteúdos vertidos em meios de comunicação social, poucos elementos probatórios se acham reunidos nos autos”. A ausência de provas consistentes levou o MP a desistir de realizar buscas ao SL Benfica, o que fez com que o caso terminasse de maneira inesperada, com apenas uma acusação contra Luís Filipe Vieira e outros dirigentes.

Essa acusação envolveu crimes de corrupção ativa e passiva, um desdobramento que muitos consideravam infrutífero para a magnitude das alegações iniciais. Com isso, o Benfica visava “obter, por parte da sociedade desportiva beneficiada”, o Vitória de Setúbal, “uma atuação a favor dos interesses da outra, em vários domínios, designadamente no que respeita a resultados desportivos”.

Consequências e Reflexões

A falha em garantir as provas necessárias refletiu-se na eficácia das investigações e na serenidade com que a instância judicial lidou com um caso de tamanha gravidade, fazendo soar sinos de alerta para eventuais falhas no sistema. A análise do caso, conforme apresentado pelo juiz Jorge Marques Antunes, levanta questões sobre a responsabilidade do sistema judicial em casos que envolvem corrupção no desporto.

Reflete-se sobre como erros processuais podem permitir que casos robustos de denúncias caiam em desuso, deixando as entidades desportivas como o Benfica menos afetadas do que deveriam. As referências feitas ao processo não só expõem as fragilidades da investigação, mas também ressaltam a necessidade de uma abordagem mais eficaz por parte das autoridades legais e desportivas, que devem estar atentas ao impacto das suas decisões no futuro do desporto em Portugal.

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