As palavras são de Marcelo Cipriano, antigo avançado que partilhou balneário com Paulo Bento no Benfica nos anos 90. O ex-jogador carioca, que também representou Tirsense e Académica, acredita que o atual selecionador da Coreia do Sul poderá regressar a Portugal para assumir um dos principais bancos do futebol nacional.
Paulo Bento deixou o Sporting em 2014 e desde então treinou a seleção da Grécia e está atualmente à frente da Coreia do Sul. Mas Marcelo, que jogou com o treinador na Luz, destaca as qualidades que Bento já demonstrava enquanto jogador.
## A qualidade de Paulo Bento como jogador“Era evidente que [Paulo Bento] daria treinador, pelo conhecimento e a intensidade da análise. Ele estava sempre a assistir aos jogos. Sempre viveu o futebol com plena paixão, era um treinador dentro do campo.”
afirma Marcelo Cipriano.
Marcelo realça ainda a forte ligação que Paulo Bento sempre manteve com o futebol português, acreditando que o técnico poderá regressar em breve, seja ao Benfica ou ao Sporting.
“Creio que, em breve, vai regressar a Portugal. Mais cedo ou mais tarde, pode treinar o Benfica ou voltar ao Sporting.”
Para além de Paulo Bento, Marcelo recorda com carinho outros antigos companheiros no Benfica, como Valdo, João Vieira Pinto e Maniche.
“O Valdo, juntamente com o João Vieira Pinto, foi dos jogadores com maior capacidade técnica com o qual joguei. O Valdo já tinha currículo feito, os jovens não fazem ideia de quão bom era o Valdo.”
Sobre João Vieira Pinto, Marcelo diz que “Sempre foi um craque, mas eu ajudava a desgastar as defesas.”
Já Maniche, refere, “Impôs-se pela postura, não tinha problemas em jogar ao lado de líderes como o Valdo. Na altura era bem mais tímido, ainda assim. E havia respeito pelos 'monumentos' do plantel.”
Apesar de alguns momentos menos felizes em Portugal, a carreira de Marcelo conheceu o seu auge em Inglaterra, ao serviço do Sheffield United e do Birmingham, onde chegou à Premier League.
“Foi contratado como jogador-treinador. Fez carreira como central pelo Man United e aos 38 anos decidiu reforçar o Sheffield. Nessa época, fui o melhor marcador da década do clube e tive a oportunidade de marcar na antiga casa do Arsenal, na Taça (1-1).”
Sobre a sua passagem pelo Birmingham, Marcelo recorda: “Além dos grupos, também se deveu ao trabalho que realizei com uma equipa de preparadores físicos, que colaboravam com a seleção inglesa de râguebi. Fisicamente estava no auge da carreira, aos 28 anos. Esse investimento foi muito importante, porque me ajudou a trabalhar a capacidade de explosão para a baliza. A capacidade de finalização já existia, faltava melhorar o físico.”