Orkun Kokçu, médio internacional turco do Benfica, abordou vários temas numa entrevista à televisão turca TRT Spor. O jogador, que se tornou o reforço mais caro da história do clube da Luz, recordou o processo da sua transferência, as negociações com outros clubes e a admiração que tem pelo seu antigo treinador no Feyenoord, Arne Slot.
O jovem médio, de 22 anos, destacou-se na equipa neerlandesa antes de rumar a Portugal, num negócio que pode atingir os €30 milhões. Numa entrevista reveladora, Kokçu falou sobre as propostas que recebeu de clubes ingleses, a relação com Arne Slot e até um episódio traumático que viveu nos Países Baixos.
Negociações com outros clubes
«Houve clubes em Inglaterra com os quais me reuni. Não do top-6, mas bons clubes. Queria ser transferido para lá. Na altura, Arne Slot [ex-treinador do Feyenoord e agora no Liverpool] nomeou-me capitão, foi bom para mim e fomos campeões no final dessa época», revelou Kokçu.
Apesar dos interesses de algumas equipas inglesas, o médio turco acabaria por rumar ao Benfica. «Começámos as negociações no meio da época, com a Premier League, Serie A e Bundesliga. O Benfica também estava entre os clubes. Houve conversas. Quando nos encontrámos, percebi que me queriam muito. O Benfica foi insistente e eu pensei: «'vou para o Benfica, melhorar a minha qualidade e conseguir outra transferência'».
A admiração por Arne Slot
Kokçu não escondeu a admiração que tem por Arne Slot, técnico do Liverpool, considerando-o «o melhor treinador do Mundo». O médio do Benfica recordou o período que passaram juntos no Feyenoord, entre 2021 e 2023, antes da sua transferência para Portugal.
«Arne Slot é como um pai. Tornou-me quem eu sou. É o melhor treinador do Mundo», avaliou Kokçu, acrescentando: «Ele impulsionou o meu desempenho na sua primeira temporada. Chegámos à final da Liga Conferência, mas perdemos. Alguns dos clubes do top 6 de Inglaterra estiveram interessados em mim e houve negociações sérias, mas a transferência não aconteceu. Na época seguinte, ele nomeou-me capitão e essa responsabilidade aumentou o meu desempenho.»
O episódio traumático no Feyenoord
Kokçu recordou também um episódio curioso que viveu no Feyenoord, mas que resultou em trauma. «No meu último ano lá, durante o Ramadão deram-me uma bebida energética. Queria algo que me desse energia por muito tempo, eles perceberam que pretendia algo para ter energia imediata. Bebi e meia-hora depois o meu coração começou a bater muito rápido, o meu corpo ficou apertado, pensei que ia morrer. Tive dificuldades para dormir durante quatro ou cinco meses. Recebi apoio psicológico para superar o trauma.»
Ressentimento em relação aos media da Turquia
Kokçu admitiu ainda algum «ressentimento» em relação aos media da Turquia. «Tenho ressentimento em relação aos media da Turquia. Consegui sucesso nos Países Baixos ainda muito novo. Parece-me estranho que desvalorizem a liga neerlandesa. Já o vimos em jogos como no Ajax-Besiktas, AZ Alkmaar-Fenerbahçe. Nunca me deram muita atenção. Fui eleito para jogador do ano [nos Países Baixos], mas nunca falaram disso. Fico triste quando penso na atenção que recebo de outros. Cheguei a pensar abandonar o campo depois de algumas críticas duras», admitiu.