Carlos Andrade, antigo internacional de basquetebol, relembra clássico entre Benfica e FC Porto

  1. Carlos Andrade, antigo jogador internacional de basquetebol, marcou época no desporto português
  2. Conquistou 7 títulos, 6 deles pelo Benfica e FC Porto
  3. Preparava-se de forma diferente para defrontar equipas onde já tinha jogado

Clássico sempre especial


Carlos Andrade, antigo jogador internacional de basquetebol, marcou época no desporto português, tendo conquistado sete títulos, seis deles ao serviço do Benfica e FC Porto. Numa entrevista, o ex-atleta falou sobre o clássico de sábado entre os dois rivais, na Luz, e relembrou os seus tempos como jogador.

«Claro! São aqueles encontros que assim que sai o calendário qualquer atleta de uma equipa ou outra faz logo um circulozinho à volta da data para saber quando é. São jogos em que todos querem disputar e viver, mesmo jogando fora, em casa ou em campo neutro, se for o caso de uma Taça. E que sejam equilibrados e competitivos. E, se jogarmos bem, é a cereja do topo do bolo», afirmou Andrade, que atuou tanto no Benfica como no FC Porto.

Preparação especial


Questionado sobre se se preparava de forma diferente para defrontar as equipas onde já tinha jogado, o antigo internacional respondeu: «Sim e não. Sim, porque havia aspectos que preparava de maneira diferente. Sabia um bocado o estilo de jogo do adversário, conhecia alguns jogadores… Não porque a preparação vinha sempre, de uma forma geral, contra todas as equipas. Tinha noção do que é que era e não era capaz de fazer, por isso nunca fugia muito do meu estilo de jogo: físico, rápido, atlético e intenso. E então quando era para estes encontros especiais, tentava sempre elevá-lo.»

Saudades da competição


Andrade, que deixou o basquetebol há seis épocas, admitiu sentir muitas saudades dessa época. «Para mim ainda estava a jogar, como é óbvio. Sinto muita falta de treinar, das rotinas, do balneário, daquele processo que passava durante o verão para me preparar para a pré-época. Depois conhecer alguns colegas novos e a época rolar. Mas, sobretudo das competições, as Taças da Liga, a Taça de Portugal, o play-off… Tenho saudades desses momentos.»

Sofrimento diferente


Apesar de já não jogar, o antigo atleta continua a acompanhar os jogos e confessa que «fico alterado» quando vê «coisas tão simples que se podem fazer no jogo, os atletas complicam». «Custa-me mais agora do que na altura. Quando estava a jogar ou no banco sofria, mas era um sofrimento diferente. Agora é um feeling de incapacidade de contribuir ou de falar com os jogadores, explicar-lhes e para além de tudo demonstrar-lhes. Agora não tenho esse poder. Antes tinha, sobretudo podia demonstrar. Walk the talk, como se chama dizer.»

Favoritismo do Benfica


Quanto ao jogo deste sábado, Andrade não arrisca um prognóstico, apesar de considerar que o Benfica, por jogar em casa, «poderia ser» favorito, mas lembra que «esta ainda não é a fase em que está mais forte». «É mais lá para o final da época. Perderam três elementos muito importantes: o Toney Douglas, que está no FC Porto, o Terrell Carter e o Ivan Almeida. Eram jogadores que já conheciam a Liga e os clássicos. A estes novos vou-lhes dar o benefício da dúvida, mas não sei.»

Conquistas marcantes


Já sobre os títulos que conquistou, Andrade destacou o segundo campeonato que ganhou no FC Porto, em 2002/04, por ter sido «mais especial do que o primeiro». «Foi mais especial do que o primeiro, porque o Moncho López foi um treinador especial para mim. Deu-me a responsabilidade de eu ser o líder. Quer eu como o [Gregory] Stempin éramos os jogadores referencia da equipa, por isso foi aquele título em que achei que tinha um alvo nas costas e toda a gente me queria tirar esse título. Mas gostei de como mantive o nível toda a época, de como fui o líder no balneário. Houve uma química especial, uma sinergia entre os atletas, o Miguel Miranda, o João Santos, o Zé Costa, o Nuno Marçal… estou-me a lembrar de vários atletas. Houve ali muita química.»

Já dos quatro títulos conquistados no Benfica, Andrade destacou o último, em 2016/17, «por todas e mais algumas razões». «Foi um ano bastante difícil, com lesões, combatemos muitas guerras, muitos egos no balneário. Lembro-me perfeitamente. Foi um ano em grande.»

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