Um novo ciclo nos encarnados
A 9 de outubro de 2021, Rui Costa vencia as primeiras eleições no Benfica depois de ter assumido a presidência do clube em julho desse ano, na sequência da demissão de Luís Filipe Vieira. O antigo jogador e diretor desportivo dos encarnados era já o presidente em funções, mas tinha pela frente o desafio de vencer a primeira eleição como candidato oficial.
Rui Costa enfrentava a oposição de Francisco Benitez, que encabeçava o Movimento Servir o Benfica, mas saiu vencedor com 84,48% dos votos, contra os 12,24% de Benitez. As eleições registaram um novo recorde de participação, com mais de 40 mil sócios a exercerem o seu direito de voto.
Mudanças na Direção e na SAD
Com a sua eleição, Rui Costa promoveu uma série de alterações na estrutura diretiva do clube. Na Direção, manteve nomes como Luís Mendes, Jaime Antunes e Domingos Almeida Lima, mas introduziu novas caras como Sílvio Cervan e Manuel de Brito, que passaram a integrar a Comissão Executiva da SAD.
Na SAD, as mudanças foram ainda mais profundas, com a saída de figuras como Domingos Soares de Oliveira, Luís Mendes e Lourenço Pereira Coelho. Para reforçar a equipa, Rui Costa trouxe nomes como Nuno Catarino, Jaime Antunes, José Gandarez e Manuel de Brito.
A saída de Jorge Jesus
Quando Rui Costa venceu as eleições, Jorge Jesus era o treinador do Benfica. Porém, a 28 de dezembro de 2021, o técnico português deixava o comando técnico dos encarnados, com os resultados da equipa de futebol a não corresponderam às expectativas.
Para o lugar de Jesus entrou Nélson Veríssimo, que já havia assumido a equipa em 2020, após a saída de Bruno Lage. Veríssimo fez 25 jogos à frente do Benfica, vencendo 12 partidas, mas saiu no final da temporada para dar lugar ao primeiro treinador escolhido e contratado na era Rui Costa: Roger Schmidt.
A chegada de Roger Schmidt
Roger Schmidt, ex-treinador do PSV, chegou ao Benfica em 2022/23 e trouxe consigo um novo futebol e um título de campeão nacional. O Benfica fez uma fase de grupos da Liga dos Campeões brilhante, mas caiu com alguma frustração nos quartos de final, perante o Inter.
Schmidt ganharia a Supertaça no arranque da temporada 2023/24, mas o futebol já não foi o mesmo e a classificação também não, embora os encarnados tenham tido a sorte de uma conjugação de fatores que lhes permitiu a entrada direta na nova Liga dos Campeões.
A saída de Roger Schmidt
Ao quarto jogo da temporada 2024/25, após um registo de uma derrota, um empate e dois triunfos na Liga, Roger Schmidt foi despedido, deixando ao Benfica a obrigação de pagar uma indemnização milionária, superior a €10 milhões.
Depois de Schmidt, Bruno Lage, que já havia comandado o Benfica anteriormente, regressou ao clube no início de setembro. Apesar de não reunir o consenso dos adeptos, Lage conseguiu regressar aos triunfos e ao bom futebol, devolvendo a tranquilidade ao Benfica numa altura de muita contestação a Rui Costa.
As contratações e as saídas
Rui Costa realizou a contratação mais cara de sempre do Benfica e do futebol português, ao contratar Orkun Kokçu ao Feyenoord por €25 milhões. O médio turco não confirmou toda a sua qualidade na primeira temporada, mas está atualmente a justificar o investimento.
Outras contratações, como as de Fredrik Aursnes ou Di María, revelaram-se importantes, tal como as saídas de jogadores como Darwin Núñez, Gonçalo Ramos, João Neves e Enzo Fernández, este último vendido ao Chelsea por €121 milhões.
O passivo do Benfica
Apesar dos negócios chorudos, as contas do Benfica não têm andado no verde. Críticas têm caído nas costas de Rui Costa por causa dos resultados financeiros, com o passivo anunciado pelo clube a atingir os €483,4 milhões, o mais elevado de sempre.
Rui Costa prometeu durante a campanha eleitoral explicar o mercado encarnado a cada janela e tem cumprido, com argumentos em relação a cada decisão e revelação de números envolvidos.
Rotura com o passado
Houve claramente uma intenção de rotura com o passado, com o Benfica a virar atenções para o mercado argentino, tendo atualmente jogadores como Di María, Otamendi, Prestianni e Rollheiser em ação de águia ao peito.
Nomes como Pizzi, André Almeida e Rafa deixaram de fazer parte do quotidiano do Benfica, com apenas quatro jogadores da equipa de 2021/22 ainda no plantel.