Novo chumbo das contas do Benfica não implicará sanções diretas à direção de Rui Costa

  1. Um segundo chumbo das contas na Assembleia Geral não implica sanções diretas à direção de Rui Costa
  2. As consequências serão apenas políticas, permitindo à oposição tentar fragilizar o presidente sem convocar eleições antecipadas
  3. Os novos estatutos, ainda não em vigor, determinariam a queda da direção em caso de dois chumbos consecutivos das contas, mas essa situação não se aplica nesta AG

Com os atuais estatutos do Benfica, um segundo chumbo das contas na Assembleia Geral (AG) não implicará sanções diretas para a direção liderada por Rui Costa. As consequências serão apenas políticas, o que pode levar a oposição a tentar fragilizar o presidente encarnado sem ter de arriscar a convocação de eleições antecipadas.

A AG de sexta-feira será presidida pelo sócio José Pereira da Costa, que assumiu a liderança da Mesa da AG após a demissão de Fernando Seara na última reunião magna, onde foram aprovados os novos estatutos do clube na generalidade. Estes novos estatutos, que ainda não entraram em vigor, determinariam a queda da direção em caso de dois chumbos consecutivos das contas, mas essa situação não se aplica nesta AG.

Humilhação política, mas sem consequências diretas

Assim, um novo chumbo das contas representará uma «humilhação» para Rui Costa, mas não terá consequências diretas a não ser que o próprio presidente queira convocar eleições antecipadas. Isto significa que os grupos oposicionistas, como os liderados por Francisco Benitez e Noronha Lopes, podem usar este voto para enfraquecer Rui Costa politicamente, sem terem de assumir a responsabilidade de «atirar o clube para eleições».

Declarações de antigos dirigentes dificultam posição de Rui Costa

Recentemente, declarações de antigos dirigentes como Luís Filipe Vieira e Luís Mendes têm funcionado como uma «abertura de caça» ao atual presidente. Vieira acusa Rui Costa de ter desvirtuado o seu projeto, enquanto Mendes o acusa de se ter aproximado do «vieirismo», colocando-o numa posição difícil.

Apesar deste cenário, a oposição terá de ponderar cuidadosamente os riscos de precipitar uma crise no Benfica, especialmente quando a equipa de futebol dá sinais de recuperação e as contas do clube ainda não foram chumbadas em duas AG consecutivas. «Não será demasiado arriscado, a um ano de eleições, precipitar qualquer crise?», questiona o texto.

O peso dos sócios tradicionais e da claque

Além disso, a oposição terá de considerar a importância dos sócios tradicionais, que tendem a ser mais conservadores e avessos a mudanças bruscas, bem como o papel da claque do Benfica, que muitas vezes define o tom das reuniões da AG.

Finalmente, será importante acompanhar a reação do presidente do Conselho Fiscal do Benfica, Fonseca Santos, que já se viu confrontado com algumas afirmações de Luís Mendes e não deverá admitir qualquer «melindre» à sua pessoa.

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