No artigo de opinião sobre o futuro do futebol português, o autor traça uma visão ambiciosa de um desporto que vai além do mero espetáculo, transformando-se numa expressão cultural, ética e social.
Sonha-se com um futebol em que os casos polémicos sejam a exceção e não a regra, em que o ruído não abafe os cânticos dos adeptos e em que a confusão dê lugar à clareza de propósitos. Não se pode continuar refém de controvérsias que descredibilizam as competições, afastam os espectadores e envenenam as conversas à volta do jogo.
Um Futebol de Valores e Responsabilidade Social
A partir de 2025, é necessário um futebol que seja causa e exemplo, não apenas um reflexo do espetáculo, mas uma escola de valores. Como afirma o autor, «Esse futebol não pode ser apenas o reflexo de um espetáculo, mas uma escola de valores. Deve saber que a bola não se joga apenas dentro das quatro linhas, mas também no impacto que tem nas comunidades.»
Trata-se de um futebol de responsabilidade social, que inspira as crianças, educa os jovens e é motor de inclusão e desenvolvimento. Nas palavras do autor, «Um futebol que, ao plantar os seus pés na terra, não esquece o coração que bate em cada adepto.»
Transparência e Integridade na Governança
Para alcançar esta visão, a governança da modalidade precisa de um «sobressalto ético». Transparência e integridade não podem ser meras bandeiras, mas os pilares de uma estrutura onde dirigentes, clubes, Liga, Federação e demais organizações desportivas compreendam que o adepto não é apenas um consumidor, mas o centro de todas as decisões.
Nas palavras do autor, «Os espetáculos só serão melhores e as competições mais equilibradas se a justiça desportiva funcionar, se os regulamentos forem claros e se todos os agentes agirem com o espírito desportivo que tanto apregoam.»
Um Futebol Competitivo e Atrativo
O autor defende um futebol que «valoriza a indústria sem vender a alma», que compreende que melhores espetáculos trazem mais e melhores públicos e, com eles, melhores patrocinadores e parceiros comerciais.
Precisa-se de campeonatos onde «o talento, e não os interesses obscuros, sejam o motor do jogo, onde o desequilíbrio crónico entre grandes e pequenos dê lugar a uma competição que honre o mérito e não as desigualdades estruturais, onde as bancadas deixem de estar meio vazias porque o espetáculo em campo já não as apaixona.»