A proposta de mudança na lei do fora-de-jogo tem gerado um intenso debate entre treinadores e ex-jogadores de futebol. Arsène Wenger, atual diretor de desenvolvimento do futebol da FIFA, é um dos principais defensores desta alteração, acreditando que poderia tornar o futebol mais atrativo. Ele defende que a lei deve considerar um jogador em fora-de-jogo apenas quando o seu corpo inteiro estiver à frente do penúltimo defesa adversário. A ideia é eliminar a penalização por milímetros que, frequentemente, resulta em decisões controversas e que muitos consideram ridículas
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Um dos treinadores consultados comentou: ““Acho que ainda é muito cedo para fazer considerações. A lei ainda não foi experimentada e estou crente que, quando isso acontecer, novas dúvidas vão surgir. Só o facto de terminar com os foras-de-jogo de 10 centímetros - ou de um centímetro ou de 15 centímetros, coisas que são muito ridículas - favorece muito mais as equipas que atacam, o que é uma vantagem: o espírito da lei é exatamente esse, em caso de dúvida, favorecer quem ataca. Vai obrigar a ajustamentos defensivos grandes, até para impedir que os avançados tenham possibilidade, especialmente nas diagonais curtas, de poderem ganhar espaço e ganhar a frente. Vai mudar muita coisa, na minha opinião, mas há uma coisa que não vai mudar: a polémica. Portanto, acredito que alguma coisa mude, acho que sim, que era tempo de terminar com problemas ridículos, mas é importante que a regra ganhe corpo, que seja testada, que tenha capacidade para poder vingar, em função daquilo que a própria experiência vier a dar.””
Vantagens da 'Lei Wenger'
Uma outra opinião também ressalta a intenção por trás da ‘Lei Wenger’: ““É uma lei que claramente beneficia o ataque e que colocará mais problemas ao trabalho da linha defensiva, e sobretudo à coordenação entre os elementos do setor mais recuado. É claramente uma lei para favorecer o futebol, com mais golos. E talvez até coloque menos problemas aos árbitros e ajude um bocadinho a ajuizar melhor aqueles centímetros que decidem tantos jogos.””
Assim, muitos veem na proposta uma oportunidade de revitalizar o jogo, tornando-o mais emocionante para os adeptos e jogadores. O aumento do número de golos poderá não só aumentar o espectáculo mas também promover uma abordagem mais ofensiva das equipes.
Críticas e Preocupações
No entanto, nem todos estão convencidos de que essa nova abordagem é a resposta ideal. Um dos ex-jogadores argumentou que ““a ‘regra Wenger’ tem uma intenção positiva: favorecer o ataque, tornar o jogo mais fluído e reduzir decisões milimétricas do VAR. No entanto, não elimina totalmente a polémica, apenas muda o critério de medição, e altera de forma relevante o equilíbrio entre ataque e defesa. Creio que deve ser testada com prudência antes de qualquer aplicação generalizada, porque mexe com princípios estruturais do jogo.””
As preocupações sobre o equilíbrio entre ataque e defesa são uma questão central. À medida que as equipas se adaptarem a esta nova lei, o jogo poderá tornar-se mais descompensado, o que levanta questões sobre a viabilidade a longo prazo da proposta.
Impacto na Estratégia do Jogo
Por outro lado, alguns críticos alertam para possíveis consequências negativas da alteração. Outro treinador expressou: ““A minha opinião é que esta regra pode causar efeitos que não serão totalmente positivos. Acredito que, como consequência desta regra, a última linha estará sempre cerca de um metro mais atrás, o que pode provocar um alargamento das linhas e a criação de mais espaço para pensar o jogo, tornando-o mais lento. Fica a reflexão.””
A estratégia defensiva, que é fundamental no futebol, poderá sofrer alterações significativas. As equipas terão de repensar a sua abordagem para se adaptar a um contexto onde as equipas atacantes ganham mais vantagem.
Conclusão: Um Futuro Incerto
Em resumo, a discussão em torno da ‘Lei Wenger’ revela um futebol dividido entre a busca por um jogo mais dinâmico e as preocupações sobre as suas implicações em termos de estratégia e defesa. O debate continua e a implementação da nova lei poderá ter um impacto significativo no futuro do jogo.
As opiniões divergem, mas o sentimento comum é que, independentemente da decisão final, as mudanças propostas deverão ser cuidadosamente avaliadas e testadas para garantir que o jogo permaneça justo e emocionante.