A claque Torcida Verde, do Sporting, recorreu às redes sociais para deixar uma mensagem forte a propósito da novela em torno do futuro de Viktor Gyokeres. O grupo enfatizou o seu amor pela camisola e não por quem a usa, associando-se à célebre expressão zero ídolos, uma crítica incisiva ao fenómeno da idolatria no desporto.

“Hoje e sempre zero ídolos! Os anos passam, os episódios com epicentro na idólatra dos futebolistas sucedem-se, com resultados avassaladores para a IDENTIDADE do SCP. A nação leonina tem sido manipulada com a promoção de futebolistas à condição de ídolos pelas narrativas comunicacionais dos dirigentes, agências de comunicação, de MARCHENDISING e dos agentes dos futebolistas”, começou por escrever o grupo de adeptos sportinguistas.

Crítica à Idolatria no Futebol

A mensagem da Torcida Verde não se ficou por aí e criticou a forma como a idolatria é alimentada, desiludindo os adeptos quando os jogadores trocam a camisola verde e branca por outras “em função das suas aspirações de procurarem melhores condições materiais noutras paragens”. Destacaram ainda: “Quando o discurso dirigente insiste no dogma 'formar para vender (para a PREMIERE League)', está dessa forma normalizada a inevitabilidade da mudança dos futebolistas/ativos para outros clubes, independentemente de terem vínculos contratuais, cláusulas ou compromissos formais ou em hipócritas compromissos de honra, baseados na palavra.”

Esta crítica evidencia a frustração dos adeptos em relação à falta de comprometimento dos jogadores, que parecem estar de passagem pelo clube. A claque também lançou um forte aviso: “Torna-se demasiado óbvio que os futebolistas estão de passagem pelo clube, como os dirigentes sabem. Então porque insistem nessa idolatria?!”

Hipocrisia no Futebol Moderno

A indignação da Torcida Verde reflete uma preocupação mais abrangente. “Na realidade existe uma gritante HIPÓCRISIA nos principais protagonistas do futebol moderno. Dos agentes dos futebolistas aos dirigentes, passando pelos futebolistas num mundo onde a palavra e os compromissos têm apenas o valor de um preço!” Esta crítica destaca a fragilidade dos vínculos no mundo do desporto atual, onde a lealdade dos jogadores é frequentemente questionável.

O descontentamento em relação aos jogadores que partem retirou a sua legitimidade e a verdadeira essência do amor pelo clube. “Porque 'tem gente tão pobre mas tão pobre que a única coisa que têm é dinheiro.' Não se trata de hostilizar esses futebolistas, mas apenas de manter um 'distanciamento higiénico', sob pena de podermos sentir o peso de avassaladoras desilusões,” rematou a Torcida Verde, numa conclusão que sintetiza a frieza emocional que permeia o cenário contemporâneo do futebol.

O Caso de Viktor Gyokeres

O caso de Viktor Gyokeres ilustra bem esta situação. O avançado sueco, de 27 anos, tem sido um pilar para o Sporting, marcando 97 golos em 102 partidas realizadas ao longo das últimas duas temporadas. No entanto, apesar do seu sucesso, as nuvens de incerteza pairam sobre o seu futuro, com interesses de grandes clubes como Manchester United e Arsenal, tornando a preocupação dos adeptos ainda mais pertinente.

A situação atual não é apenas uma questão de transferências; é uma reflexão sobre como os adeptos se sentem em relação aos laços entre os jogadores e o clube e o impacto disso na identidade e na cultura do Sporting.