A recente dispensa de Eduardo Quaresma da seleção nacional sub-21 para a preparação do Campeonato da Europa causou um alvoroço considerável. Rui Jorge, o selecionador, foi claro em suas críticas ao defesa, afirmando que “a seleção não pode ser apenas para quando dá jeito para assinar um contrato ou para relançar a carreira nos próprios clubes”. Essa declaração levantou questões sobre a ética e o compromisso dos jogadores jovens no desporto.
Dias Ferreira, em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, expressou sua surpresa em relação ao ataque ao jovem defesa do Sporting. Ele destacou a natureza emocional da decisão de Quaresma, que “justificou a sua saída com questões emocionais, que não estava 100% bem a nível mental”. Esta situação levanta a questão: devem os jogadores priorizar a sua saúde mental sobre a sua carreira a curto prazo?
A pressão sobre os jovens atletas
Ferreira elogia Quaresma, reafirmando a intensidade que a temporada impôs ao jogador, especialmente com a “discussão pelo título nacional e pela Taça de Portugal”. A pressão sobre os jovens atletas é grande, e Ferreira observa que “se estiverem atentos aos jogos do Sporting, conseguem reparar que é um jogador que ainda falta alguma maturidade pelas suas reações em campo”.
A dualidade entre desempenho e bem-estar pessoal é uma linha tênue na trajetória de qualquer atleta e a situação de Quaresma exemplifica isso. Ferreira menciona que “o Edu é ainda muito novo [23 anos]” e viveu uma temporada intensa. Ele optou por “descansar e ir de férias”, mas o resto da sociedade parece não compreender o peso dessa decisão.
A defesa do jogador
Para Dias Ferreira, a defesa do jogador é clara. Ele acredita que “há uma campanha contra os nossos atletas, no sentido de tentar desestabilizar, mas não vão conseguir”. A permissão para que os jogadores façam escolhas que atendam ao seu bem-estar deveria ser uma prioridade e Ferreira traz uma crítica ao destacar situações semelhantes: “O Rafa e o João Mário, ambos do Benfica, renunciaram à seleção e não houve este ruído todo...”.
No entanto, a pressão da mídia e as reações dos selecionadores podem fazer com que a seleção A se torne um objetivo distante para jovens jogadores como Quaresma. Apesar das suas qualidades e do seu potencial, Ferreira diz que “Rui Jorge e Roberto Martínez não são a mesma pessoa” e ressalta que há uma competição acirrada para as convocatórias.
A importância da saúde mental
O debate sobre a importância da saúde mental dos atletas sub-21 deve continuar, especialmente num desporto onde os jovens estão constantemente sob escrutínio. Ferreira finaliza mencionando que “considero que também existem jogadores com outro estatuto e que estão a dar conta do recado”, sublinhando a necessidade de um equilíbrio entre desempenho atlético e bem-estar pessoal.