Bruno de Carvalho manifestou a sua preocupação relativamente ao clima tenso que envolve os jogadores e os clubes, nomeadamente no caso de Matheus Reis. “Era isto que eu temia. Os meus conselhos sobre como deveria ter atuado o jogador e o Sporting CP eram para tentar minimizar ao máximo uma situação que iria ser usada ao limite para criar ruído sobre as vitórias do Sporting”
, disse Carvalho. Esta declaração surge na sequência de uma série de ameaças de morte dirigidas ao jogador e à sua família após um incidente controverso no dérbi do Jamor. Com a pressão crescente sobre as vitórias do clube, Carvalho salientou que “agora 'paga' a família do jogador”
.
O clima de intimidação nas assembleias também foi um ponto de preocupação expresso em relação à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do FC Porto. Um comissário da PSP descreveu o ambiente como de grande tensão
. Este agente, que também é sócio do clube, mencionou que, caso André Villas-Boas tivesse entrado no auditório, “toda a gente lhe tinha caído em cima, literalmente”
. O mesmo comissário relatou que havia alertado Fernando Madureira, que estava a criar um clima intimidador, sobre os riscos que Villas-Boas enfrentava. “Disse-lhe para não fazer nada que prejudicasse a sua vida e o clube. Ele respondeu que tinha de gerir isto dos dois lados”
, sublinhou.
Ambiente Tenso na Assembleia
Durante a AGE, que foi interrompida por 45 minutos, surgiram ainda relatos de ameaças à segurança de Villas-Boas, levando à decisão de mudar o local da assembleia. O comissário fez saber que a segurança do antigo treinador estava em risco, uma vez que “estavam a ameaçá-lo de morte”
. Este tipo de pressão e intimidação representa um desafio significativo para as instituições e a sua capacidade de regular a conduta dos sócios.
Novas Testemunhas na Operação Pretoriano
Além disso, duas novas testemunhas foram adicionadas ao processo da Operação Pretoriano, que inclui a análise da agressão a Henrique Ramos durante a AGE do Porto. A advogada de defesa de Fernando Saúl solicitou a inclusão de vigilantes que estavam presentes na assembleia. Estes foram capazes de oferecer um relato de que Ramos foi encaminhado à saída, mas a segurança foi considerada insuficiente.
Como o vigilante Ricardo Rocha mencionou: “Penso que o responsável pela quantidade de efetivos é o chefe de segurança do FC Porto, é ele que encomenda o serviço”
. Este relato destaca a responsabilidade do clube em garantir um ambiente seguro para todos os participantes.