Presidentes de Braga e Sporting debatem futuro do futebol feminino

  1. Evento organizado pela UEFA
  2. António Salvador destaca infraestruturas
  3. Frederico Varandas sobre igualdade de condições
  4. 3 equipas portuguesas na Champions

Os presidentes António Salvador do Sp. Braga e Frederico Varandas do Sporting marcaram presença num evento organizado pela UEFA, intitulado ““O Caso Empresarial do Futebol Feminino””, para debater a evolução do futebol feminino na Europa, coincidente com a final da Liga dos Campeões feminina. Este encontro evidenciou a urgência em promover e desenvolver o futebol feminino em Portugal.

Importância das Infraestruturas

António Salvador começou por sublinhar a importância das infraestruturas no crescimento da modalidade. “A nossa equipa feminina tem perto de 10 anos. Já ganhámos todos os títulos, estamos preparados para um novo ciclo. Formar na nossa academia e sermos competitivos com jogadoras formadas em Portugal. Temos de apostar na academia”, afirmou o presidente do Sp. Braga.

Salvador destacou que o Sp. Braga é pioneiro em Portugal, possuindo um “departamento autónomo para o futebol feminino” e infraestruturas específicas para esta vertente. “Tivemos uma estratégia, que foi a criação de infraestruturas, que são importantes para o crescimento. Criámos uma cidade desportiva, onde trabalha o futebol masculino e feminino. Têm todos as mesmas áreas”, detalhou.

Desafios e Oportunidades

O presidente do Sp. Braga alertou ainda para o desequilíbrio na formação de jogadoras, afirmando que “ainda não há jogadoras que abasteçam Portugal para competir na Europa”. No que toca a receitas, Salvador acredita que a centralização televisiva é uma solução essencial. “Acho que a Federação, juntamente com os clubes, tem de dar um passo importante na questão das receitas. Há que pensar numa centralização televisiva no futebol feminino para criar receitas”, defendeu.

Frederico Varandas, por sua vez, fez eco das preocupações expressas por Salvador e acrescentou que a abordagem do clube ao futebol feminino deverá ser semelhante à do masculino. “Só temos uma estratégia. O nosso modelo não é muito diferente do futebol masculino. Mas no masculino começámos a formar há 50 anos. No feminino, em 2016. Portugal começou um bocadinho tarde. A nossa estratégia é investir na academia. Tentamos promover o talento nacional”, disse Varandas.

Papel do Investimento

Varandas também reconheceu o potencial do futebol feminino, mas advertiu que ainda há um longo caminho a percorrer: “O futebol feminino tem potencial. Temos sempre de ter cuidado com o investimento e as receitas. Ainda não estamos lá. Ainda estamos longe.” Esta realidade mostra a importância do investimento sustentado e consciente na modalidade.

Enquanto ambos os presidentes abordavam a temática do investimento, Varandas também comentou a importância das condições de igualdade na formação de jogadoras: “As mulheres estão na nossa academia, usam as mesmas instalações, foi um grande passo que demos.” Esta igualdade de condições é identificada como um dos alicerces para o futuro do futebol feminino em Portugal.

As Perspectivas Futuras

Um dos tópicos abordados por Varandas foi a Champions, uma grande oportunidade para as equipas portuguesas. “Pela primeira vez temos a oportunidade de ter 3 equipas (Benfica, Sporting e Sp. Braga). É o passo mais importante para a Liga portuguesa. É uma oportunidade que não podemos perder”, sublinhou o presidente do Sporting.

Com a crescente atenção e investimento no futebol feminino, a expectativa é que Portugal possa emergir como um forte competidor a nível europeu. O futuro promete ser promissor, desde que se mantenha o foco no desenvolvimento e na igualdade de oportunidades para todas as jogadoras.