O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) decidiu recentemente em desfavor do Sporting Clube de Portugal, obrigando o clube a pagar uma multa total de 15.190 euros, acrescida de custos judiciais no valor de 6.773 euros. Esta penalização decorre da falta de habilitações do treinador João Pereira, que não possuía o nível UEFA IV necessário para orientar uma equipa do primeiro escalão. Esta decisão resultou de uma queixa apresentada pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).
A ANTF levantou esta questão em dezembro do ano passado, enquanto João Pereira ainda ocupava o cargo de treinador da equipa principal. Apesar de ter estado presente nas conferências de imprensa e no banco durante os jogos, o técnico não detinha as credenciais exigidas para a sua função. O adjunto, Tiago Teixeira, possuía as habilitações necessárias, mas a falta de formação de Pereira desencadeou um processo disciplinar.
Decisão do TAD e Consequências Financeiras
O Sporting decidiu recorrer da decisão do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), contudo, o TAD rejeitou o recurso. No acórdão, ficou claro que, para orientar equipas no principal escalão do futebol português, é imprescindível possuir o nível UEFA IV, uma condição que João Pereira não cumpriu em momento algum. Assim, a soma total dos valores devidos, que inclui a multa imposta ao clube e as coimas aplicadas a João Pereira e Tiago Teixeira, totaliza 15.190 euros.
Com esta nova penalização, o Sporting vê-se forçado a gerir cuidadosamente as implicações financeiras desta decisão, que pode não apenas impactar a sua estrutura técnica, mas também a confiança nas suas decisões futuras. A pressão sobre a administração do clube intensifica-se, uma vez que a conformidade com as normas é vital para a sua reputação e sucesso desportivo.
A Formação de Treinadores em Debate
Após a sua saída da direção da equipa principal do Sporting, João Pereira foi temporariamente integrado na equipa B, antes de aceitar um convite para treinar o Alanyaspor, na Turquia. Esta situação levanta questionamentos sobre a eficácia da gestão de recursos humanos dentro do clube e sobre a preparação adequada dos treinadores que lideram as suas equipas.
A penalização do TAD não se resume a uma questão meramente financeira; é igualmente uma advertência sobre a necessidade de formação e certificação adequada dos treinadores que ocupam posições de destaque em clubes da primeira divisão do futebol nacional. Num contexto onde a capacidade técnica e a legalidade das operações são fundamentais para o êxito desportivo, o Sporting terá de refletir seriamente sobre as suas decisões e sobre a formação dos seus profissionais no futuro.