Discussões sobre arbitragem marcam o final do campeonato português

  1. Rui Borges criticou o VAR pelas intervenções que levaram à marcação de uma grande penalidade a favor do AVS e à expulsão de um jogador sporting por acumulação de amarelos
  2. O treinador do Sporting não questiona a justiça das decisões, mas sim a forma como foram tomadas
  3. Diomande foi expulso em dois jogos consecutivos

As últimas jornadas do campeonato português têm sido marcadas por intensos debates em torno da arbitragem, com os clubes a queixarem-se das decisões dos juízes. No caso do jogo entre o AVS e o Sporting, o treinador dos leões, Rui Borges, criticou o VAR pelas intervenções que levaram à marcação de uma grande penalidade a favor do AVS e à expulsão de um jogador sporting por acumulação de amarelos.

No entanto, o aspeto mais desconcertante no protesto de Rui Borges é que o técnico não questiona a justiça das decisões, mas sim a forma como foram tomadas. Borges argumenta ainda que outros jogadores fizeram o mesmo e não foram punidos. Esta postura aproxima-se da lógica de «vergonha não é roubar, vergonha é ser apanhado» e da desresponsabilização do infrator, com o treinador a adotar uma postura semelhante à de um aluno a queixar-se que «o outro menino fez o mesmo e não foi castigado».

## O caso de Diomande

De facto, o verdadeiro protagonista nesta história é o jogador Diomande, que foi expulso em dois jogos consecutivos. Mesmo assim, o seu treinador voltou a desresponsabilizá-lo, alegando que outros jogadores também cometem infrações sem serem castigados. Esta é uma mensagem perigosa a passar ao próprio Diomande, que deve ser responsabilizado pelos seus atos e não escudado em supostas injustiças.

Diomande merece um puxão de orelhas pela sua conduta em campo. Independentemente da forma como foi apanhado, o jogador teve duas intervenções consideradas gratuitas, negligentes e pouco consentâneas com a sua qualidade. A melhor maneira de não ser castigado não deveria ser encontrar formas de não ser apanhado, mas sim evitar cometer infrações. Quem anda a «brincar ao polícia e ladrão», culpando o polícia quando é apanhado, aprende apenas a fugir à punição e não a evitar o erro.

## Postura dos clubes

Por outro lado, também não se entende a postura do Benfica, que emitiu um comunicado a criticar a arbitragem do jogo do Sporting nas Aves. A águia parece assumir aqui o papel de «menino queixinhas», denunciando um colega ou acusando o «professor» de ter preferências. Afinal, o que é que os clubes pretendem ganhar com este tipo de queixas?

A necessidade dos árbitros se protegerem criou um espírito corporativo que, na realidade, acaba por penalizar mais quem se queixa do que quem fica calado. Portanto, estes comunicados parecem ser mais um desabafo ou uma tentativa de esconder as próprias culpas do que uma efetiva estratégia para melhorar a arbitragem. Se os treinadores apenas se devem preocupar com o que podem controlar, então que se concentrem na equipa e não na arbitragem, que é algo que não podem controlar.

## Disciplina e responsabilidade

Mas Diomande pode e deve controlar as suas ações em campo. Numa equipa com poucos recursos disponíveis, como é o caso do Sporting, a cabeça fria e a disciplina são essenciais. Errar é humano, mas persistir no erro é burrice. O jogador merece, portanto, um puxão de orelhas pela sua conduta indisciplinada, que pode custar caro ao seu clube na luta pelo título.

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