O presidente do Sporting, Frederico Varandas, acusou recentemente Augusto Inácio de ter prestado dois depoimentos contraditórios no processo da rescisão de contrato de Sinisa Mihajlović com o clube em 2018. Segundo Varandas, o primeiro depoimento de Inácio foi favorável ao Sporting, enquanto o segundo, feito a pedido do advogado de Mihajlović, foi desfavorável, levando o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) a considerar o ex-dirigente uma «testemunha não credível».
De facto, o jornal Record teve acesso aos dois documentos assinados por Inácio e constatou diferenças substanciais entre as suas declarações de setembro de 2018 e março de 2019, nomeadamente sobre a pré-época e alvos de mercado. Nos documentos do processo, é evidente a contradição nas palavras de Inácio: num momento afirma que Mihajlović decidiu adiar o início da pré-época e mudar os jogos de estágio, noutro diz que foi apenas o preparador físico a tomar essa decisão.
Credibilidade de Inácio posta em causa
Além disso, a juíza do TAS considerou as declarações de Inácio não credíveis, referindo na sentença que «neste aspeto, relativamente às declarações da testemunha Sr. Augusto Inácio (o primeiro proferido pelo respondente e o segundo pelo requerente), tendo em consideração a inconsistência de ambas as declarações e o facto de que nenhuma das partes tornou esta testemunha disponível na audição, o painel não pode ter em conta as declarações, pois, nestas circunstâncias, esta testemunha não parece ser credível».
Reações e consequências
Após as acusações de Varandas, Inácio reagiu afirmando que se «reserva o direito» de apresentar uma «queixa por denúncia caluniosa» contra o presidente do Sporting. O ex-dirigente desmentiu ter prestado dois depoimentos, garantindo que apenas respondeu a um conjunto de perguntas enviadas por email pelo advogado de Mihajlović, e desafiou Varandas a tornar público o seu contrato de trabalho e acordo de rescisão no Sporting.
Entretanto, o Sporting confirmou que irá apresentar uma queixa-crime, acusando Augusto Inácio de dois crimes: ofensa à pessoa coletiva e Frederico Varandas de crime de difamação. O caso parece longe de estar encerrado.