Naquela época, o futebol em Portugal ainda estava em desenvolvimento, e os jogadores enfrentavam desafios e dificuldades além dos gramados. Arsénio Duarte, nascido no Barreiro, trabalhava como serralheiro na CUF enquanto jogava pelo Benfica. Ele tinha que pegar o barco das 5h45 da manhã para ir aos treinos, e depois voltava ao trabalho e dedicava oito horas ao ofício de serralheiro. Sua dedicação e talento no futebol o levaram a se destacar nesse jogo histórico contra o Sporting.
No jogo em questão, o Benfica estava desfalcado de Guilherme Espírito Santo, mas contava com a habilidade de jogadores como Mário Rui e Rogério, conhecido como Pipi. Ambos também marcaram 'hat tricks' nessa partida, contribuindo para a goleada de 7-2. Do lado do Sporting, os gols foram marcados por Albano e Peyroteo.
O resultado final de 7-2 foi surpreendente e deixou os torcedores em êxtase. Cândido de Oliveira, que escreveu a crônica desse jogo para A BOLA, destacou a superioridade do Benfica: 'O resultado, ainda que faça franzir a testa, não é suficientemente claro — para quem não viu o jogo… Porque estes 7-2 podiam, muito normalmente, ter sido substituídos por 10-2 — e tudo estaria certo.'
Essa partida ficou marcada como a maior goleada do Benfica sobre o Sporting e foi um marco na história do clube. Além disso, foi o início da fascinante história dos Cinco Violinos, composto por Arsénio, Mário Rui, Rogério, Peyroteo e Albano, que se tornaram lendas do futebol português.
O jogo entre Benfica e Sporting de 1946 é lembrado até hoje como uma das partidas mais memoráveis e surpreendentes da história do futebol português. O talento e a determinação dos jogadores envolvidos, aliados à goleada histórica, tornam esse jogo um momento inesquecível para os fãs do Benfica e do futebol em geral.