Incidente com dois espectadores
O ala do Sporting Nuno Santos foi castigado com oito jogos de suspensão pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) após um incidente ocorrido durante a Supertaça Cândido Oliveira, no qual feriu dois espectadores ao partir um vidro de um camarote.
O incidente aconteceu a 3 de agosto, no jogo entre o Sporting e o FC Porto, que os 'leões' acabaram por perder por 4-3 após prolongamento. Nuno Santos, que ficou de fora dessa partida, foi sancionado por ter ferido dois espectadores, um deles com gravidade, ao partir um vidro de proteção do camarote, que atingiu e feriu uma adepta.
Decisão da Federação
Segundo o acórdão divulgado pela secção não profissional do Conselho de Disciplina (CD) da FPF, Nuno Santos, de 29 anos, foi castigado ao abrigo do artigo 152.º do Regulamento Disciplinar (RD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que pune as agressões a espectadores. O jogador foi suspenso por oito jogos - de um máximo de 10 e um mínimo de um - e multado em 3.060 euros, acrescido de 510 euros pela inobservância de outros deveres (artigo 167.º do mesmo RD).
«O CD da FPF destacou "a postura processual do arguido Nuno Santos, que, no contexto disciplinar, declina qualquer responsabilidade na causação da queda do vidro", o que "revela que este arguido não reconhece o desvalor do seu comportamento, não tendo interiorizado, suficiente e devidamente, a sua culpa"», pode ler-se no acórdão.
Comunicação com adeptos feridos
A adepta ferida foi assistida numa unidade hospitalar de Aveiro a um «hematoma epicraniano». Segundo o documento, Nuno Santos abordou o pai desta, que também ficou ferido, assumindo a responsabilidade pela situação, como um dos capitães de equipa.
«O referido jogador, que estava muito nervoso, ter dito [ao pai da adepta] que não se preocupasse, que ele assumia tudo» e que, «ainda estavam no estádio, mas também nos dias seguintes, lhe pediu desculpa pelo acontecimento e disse que tudo o que necessitassem, ele assumia tudo», pode ler-se no acórdão.
Ausência por lesão
Nuno Santos referiu «nos contactos posteriores (nomeadamente no dia seguinte, de manhã, pelo telefone), que estava muito preocupado e que ficou muito assustado quando a viu a entrar em convulsão, que não dormia e que só pensava naquilo, além de que perguntou se podia ir vê-la, o que o depoente recusou».
Nuno Santos, que falhou o clássico da Supertaça frente ao FC Porto, em Aveiro, sofreu uma rotura do tendão rotuliano do joelho direito no jogo com o Famalicão, em 26 de outubro, para a nona jornada da I Liga de futebol, e deve perder o resto da época.