Quenda e Martim personificam a aposta na formação feita pelos dois grandes clubes portugueses e serão os mais jovens a alinhar de início no clássico deste sábado em Alvalade.
O sportinguista Geovany Quenda, de 17 anos, e o portista Martim Fernandes, de 18 anos, têm tido um rendimento «absurdo» desde que se defrontaram na Supertaça, segundo o observador e analista de futebol Pedro Bouças.
O equilíbrio do duelo entre Quenda e Martim
«O que eles têm feito é um absurdo. Não é normal», afirma Bouças, que seguiu com muita atenção o duelo direto entre os dois jovens na Supertaça, devido à adaptação de Martim ao lado esquerdo da defesa. Quenda chegou a marcar um golo, mas Bouças considera que o «equilíbrio» foi a nota dominante nesse confronto.
Perfis distintos, mas igualmente promissores
Embora atuem predominantemente pelo lado direito, os dois jovens têm perfis distintos. Martim Fernandes é visto como um lateral completo, com capacidade defensiva e ofensiva, enquanto Quenda é encarado «mais como um extremo do que um lateral», segundo Nélson, antigo lateral que representou Sporting e FC Porto.
«O Martim consegue conciliar muito bem a capacidade defensiva e ofensiva. É um jogador muito equilibrado, quase como se fosse um ponteiro de relógio, sempre certinho», compara Nélson, que elogia a velocidade, condução de bola, chegada à frente e cruzamento do jogador do FC Porto.
Já Quenda, apesar de também ter preocupações defensivas, «só é possível para ele jogar neste sistema do Rúben [Amorim], porque, mais do que ser um lateral, ele defende uns metros mais à frente e não tem tanta responsabilidade defensiva, como tinham até aqui os laterais do Sporting. É, sobretudo, no momento ofensivo que ele faz a diferença», sustenta Nélson.
Menos nervosismo e mais confiança
Apesar da pouca experiência, Bouças e Nélson acreditam que Quenda e Martim poderão encarar este Sporting-FC Porto com um pouco mais de tranquilidade, depois da estreia na Supertaça. «Haverá menos nervosismo e estarão mais confiantes. Quando assim é, têm mais capacidade para poder dar boas respostas, como já deram quando todos os olhos estavam neles», refere Bouças.
No entanto, Nélson lembra que «a pressão de estar a disputar um clássico vai estar lá sempre». «Acredito que possam estar mais à vontade, embora exista sempre aquela ansiedade. Ainda por cima, quem vencer assume a liderança do campeonato e isso acarreta uma responsabilidade individual e coletiva. Mas à medida que o tempo for correndo vão serenar e ser mais capazes de desenvolver todas as suas potencialidades», antecipa.