Adeptos tendem a ver preto ou branco
Os adeptos têm dificuldade em perceber nuances e geralmente veem as coisas de forma binária - um jogador é um «craque» ou um «flop». Quando quem lidera uma equipa é tão adepto como os que enchem o estádio, há sempre riscos de que corra mal.
No entanto, quando o futebol é analisado de dentro, o contexto torna-se crucial para o sucesso ou insucesso de um jogador. Não existem jogadores iguais e as trajetórias de Arthur Cabral e Viktor Gyokeres são bastante diferentes.
Duas trajetórias distintas
Arthur Cabral sobreviveu ao rótulo inicial de «flop», marcando 11 golos e dando 3 assistências em 43 jogos, mas isso não chegou para ter uma segunda oportunidade no Benfica. Pelo contrário, Gyokeres chegou, convenceu de imediato e manteve um rendimento excecional, com 43 golos e 15 assistências em 50 jogos, tornando-se facilmente o melhor jogador da época.
A diferença é que o Sporting apostou claramente em Gyokeres, com Rúben Amorim a envolver-se pessoalmente para o trazer e a dar-lhe confiança. Já Cabral foi uma solução de recurso no Benfica, que nunca o considerou verdadeiramente como uma das suas apostas principais.
Contexto favorável a Gyokeres
Antes da chegada de Cabral, o Benfica falava em outros avançados como Santiago Giménez, Pavlidis e Lucas Beltrán. Quando Cabral chegou, o treinador Roger Schmidt nunca o viu como um dos seus e nunca adaptou a equipa em torno dele.
Já no Sporting, Gyokeres beneficiou de um contexto muito mais favorável, com Amorim a adaptar a equipa ao seu estilo de jogo. Este é um ponto de partida mais propício ao sucesso do que a falta de apoio que Cabral sentiu no Benfica.