A seleção portuguesa de futebol terminou a sua preparação para o Campeonato da Europa com uma vitória por 4-2 sobre a Finlândia e uma derrota por 1-2 frente à Croácia. Numa fase final em que ainda restava um último teste, frente à República da Irlanda, o selecionador Roberto Martínez deixou algumas dúvidas quanto à sua equipa.
Com cinco defesas-centrais convocados e uma «linha de três» no setor mais recuado ainda não testada, a solidez defensiva da equipa das quinas parece ter-se perdido. Além disso, algumas das principais figuras da seleção, como Pepe, Nuno Mendes e Pedro Neto, chegam ao Euro com dúvidas sobre o seu estado físico.
«A tão badalada linha de três»
Ao apresentar a lista de 26 jogadores convocados, Roberto Martínez justificou a chamada de cinco defesas-centrais com a necessidade de «demonstrar flexibilidade tática», nomeadamente, com uma «linha de três» no setor mais recuado do terreno. No entanto, esta fórmula ainda não foi testada, e o duelo com a Irlanda poderá representar a ocasião perfeita para o fazer.
O central Gonçalo Inácio, que disputou a maior parte dos minutos nos dois jogos de preparação, parece estar na linha da frente para a titularidade nesta disposição, mas o mesmo não se pode dizer dos restantes companheiros de posição, que estão mais habituados a linhas de quatro nos seus clubes.
«A questão física»
Três jogadores-chave da seleção portuguesa - Pepe, Nuno Mendes e Pedro Neto - são, neste momento, as principais incógnitas da equipa, no que ao plano físico diz respeito. O defesa-central de 41 anos de idade já não joga desde 21 de abril, o lateral-esquerdo terminou a época com apenas 14 jogos pelo Paris Saint-Germain, e o avançado do Wolverhampton procura ganhar ritmo após um período de pouca utilização.
Roberto Martínez elogiou Pepe, mas a verdade é que o veterano jogador não entrou em campo desde o final da época do FC Porto. Quanto a Nuno Mendes e Pedro Neto, ambos foram lançados nos jogos de preparação, mas saíram ao intervalo ou partiram do banco de suplentes.
«O papel de Cristiano Ronaldo»
O selecionador espanhol optou por soluções mais móveis no ataque, com jogadores como Francisco Conceição, Rafael Leão e Diogo Jota. Cristiano Ronaldo, no entanto, só se juntou à seleção na última semana e ainda não somou qualquer minuto nesta fase de preparação.
Apesar do apreço de Roberto Martínez pelo capitão, que o utilizou em dez dos 14 jogos realizados desde que assumiu o comando, o facto de Ronaldo ter realizado 51 jogos no Al Nassr e ter perdido a titularidade no Mundial'2022 levanta algumas dúvidas sobre o seu papel.
«As certezas»
Ainda assim, há aspetos positivos a retirar desta fase de preparação. O «onze tipo» parece estar praticamente fechado, com Diogo Costa na baliza, Rúben Dias e Gonçalo Inácio no centro da defesa, Nuno Mendes na esquerda e a dúvida entre João Cancelo e Diogo Dalot na direita.
No meio-campo, João Palhinha, Vitinha e Bruno Fernandes parecem ter «lugar cativo», enquanto nas alas Bernardo Silva e Rafael Leão dificilmente perderão a titularidade, apesar da «ascensão meteórica» de Francisco Conceição. A referência ofensiva deverá ser Cristiano Ronaldo, apesar de ainda não ter sido utilizado nesta fase final.
Conclusão
Num último estágio antes do Campeonato da Europa, a seleção portuguesa deixou algumas dúvidas, com a solidez defensiva e o estado físico de alguns jogadores-chave a serem as principais preocupações. No entanto, Roberto Martínez parece ter a sua «equipa-tipo» praticamente definida, com algumas incógnitas que espera resolver no último teste, frente à República da Irlanda.