Num discurso que não deixou ninguém indiferente, Villas-Boas fez questão de sublinhar a situação financeira atual do clube, afirmando que 'hoje estamos profundamente afundados em dívidas'. O antigo treinador referiu-se às receitas antecipadas e à possível concessão dos direitos de exploração comercial a uma empresa americana como exemplos da má gestão financeira do FC Porto.
Além disso, Villas-Boas criticou a falta de visão, planeamento e modelo de negócio por parte da atual administração. Segundo o ex-treinador, 'não existe um modelo económico sólido que garanta a sustentabilidade financeira do FC Porto'.
A sua reprovação às contas apresentadas foi clara, e Villas-Boas condicionou a aprovação das mesmas à devolução dos prémios pagos aos administradores da SAD correspondentes à época passada.
Esta intervenção, que recebeu aplausos por parte de alguns sócios presentes, não passou despercebida, sendo também alvo de críticas. O líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, referiu-se a declarações de Villas-Boas em 2019, onde este afirmou que Pinto da Costa deveria liderar o FC Porto enquanto fosse vivo.
A Assembleia Geral do FC Porto foi também marcada pela aprovação das contas, que registaram prejuízos de mais de 2,4 milhões de euros. De acordo com o jornal 'Record', a maioria dos sócios presentes (434 em 819) votaram a favor das contas, havendo 187 votos contra e 198 abstenções.
Este momento foi mais um capítulo da batalha eleitoral que se prevê até abril do próximo ano, com a possível candidatura de André Villas-Boas a presidente do clube.