Namora sobre a morte de Pinto da Costa: “Morreu porque tomava as dores de Fernando Madureira”

  1. Nuno Cerejeira Namora afirmou que “Pinto da Costa morreu porque tomava as dores de Fernando Madureira”
  2. Lourenço Pinto foi apontado como o responsável pelos distúrbios na AG de novembro de 2023
  3. Fernando Madureira é um dos 12 arguidos na Operação Pretoriano
  4. Madureira encontra-se em prisão preventiva

O antigo vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do FC Porto, Nuno Cerejeira Namora, fez revelações contundentes na 18.ª sessão de julgamento da Operação Pretoriano. Durante seu depoimento, afirmou que ““Pinto da Costa morreu porque tomava as dores de Fernando Madureira””. Essa declaração lança luz sobre a profunda conexão entre o ex-líder do clube e o antigo chefe dos Super Dragões.

Namora explicou que ““vivi muito mais com Pinto da Costa depois de perder as eleições do que os quatro anos em que trabalhei com ele.”” A relação entre os dois parece ter-se intensificado após a derrota de Pinto da Costa, levando-o a sentir um peso emocional significativo. Como Namora esclareceu, muitos atribuem a morte de Pinto da Costa a diversas circunstâncias, mas ele ousou afirmar que ““sentiu que estava preso por ele””.

Os tumultos na Assembleia Geral e a responsabilidade de Lourenço Pinto

Os tumultos acontecidos na Assembleia Geral (AG) de novembro de 2023 foram também parte central do testemunho de Namora, que apontou Lourenço Pinto como o responsável por esses distúrbios. Ele descreveu Lourenço como alguém com uma ““interpretação egocêntrica e autocrática”” do cargo que desempenhava.

Namora revelou que ““a MAG estava muito preocupada, porque se apercebeu que havia duas tendências, uns do lado de Pinto da Costa e outros de Villas-Boas””, com redes sociais “a arder” com as discussões. A preocupação de Namora levou-o a alertar Lourenço Pinto sobre a situação, enviando-lhe e-mails com comunicações sobre o clima de tensão que se instaurava. ““A quatro dias, mandei-lhe por e-mail algumas destas comunicações ao Lourenço Pinto, porque admiti que não tivesse redes sociais e não se apercebesse o que estava a acontecer,”” disse, na esperança de evitar uma tragédia.

Advertências ignoradas e a transferência da AG

No entanto, suas advertências não foram ouvidas, e Lourenço Pinto decidiu transferir a AG para um local sem condições de segurança, desconsiderando as recomendações feitas. Segundo Namora, ““todas as advertências foram ignoradas””. A situação culminou em caos, onde Lourenço ainda tentou avançar com uma votação no meio dos tumultos, exacerbando a tensão entre os presentes.

Refletindo sobre a preparação da AG, Namora contou que os elementos da MAG se reuniram com Pinto da Costa para discutir o afastamento de Lourenço da reunião, ressaltando que a situação estava fora de controlo. Este momento revela a intensidade da crise que envolveu a liderança e a gestão do clube.

A relação de Namora com Fernando Madureira

Namora, que teve também uma relação de advocacia com Fernando Madureira, não hesitou em destacar as virtudes do arguido: ““Deu a vida pelo clube, é um líder extraordinário da claque.”” Apesar de ter feito uma má impressão inicial de Madureira, ele a reconsiderou, afirmando que ““ele soube aproveitar as oportunidades da vida”” e é um rapaz empreendedor que está a pagar pelo seu “defeito de ser vaidoso”.

A Operação Pretoriano e as acusações

A complexidade da situação envolvendo Pinto da Costa e seus associados se intensifica ainda mais ao observar que, na Operação Pretoriano, 12 arguidos, incluindo Fernando Madureira, estão a responder por 31 crimes. Madureira é o único que se encontra em prisão preventiva.

Entre as acusações, incluem-se crimes de coação, ofensa à integridade física, e atentado à liberdade de informação, todos relacionados com os eventos da AG que ocorreram em 20 de novembro de 2023. O futuro do FC Porto e seus líderes parece mais turvo a cada dia, à medida que as consequências dessa operação se desenrolam, pondo em cheque a reputação e a integridade do clube.