FC Porto condenado a pagar 80 mil euros a Fernando Saul

  1. Decisão do tribunal a favor de Saul
  2. FC Porto deve 80 mil euros
  3. Luís Gonçalves relata tensões
  4. 12 arguidos na Operação Pretoriano

A recente decisão do Tribunal de Trabalho no caso entre Fernando Saul e o FC Porto coloca o clube numa posição delicada. O tribunal condenou o FC Porto a pagar 80 mil euros a Saul, ex-funcionário do clube, pela não execução de um acordo financeiro que havia sido estabelecido. O FC Porto tinha acordado pagar 117 mil euros, que totalizava 193 mil euros antes da dedução de impostos, em três tranches, mas apenas cumpriu uma parte do acordo. Esta situação levou a que o ex-funcionário recorresse à Justiça, resultando em uma decisão que favorece Saul.

O tribunal afirmou que o FC Porto “não logrou provar os fundamentos” que o levaram a não cumprir com o acordo. O juiz ressaltou que o acordo entre as partes “resultou de negociação e vários contactos com mandatários, quer por telefone, quer por email”. Para a direção do clube, liderada na época por Pinto da Costa, o argumento de que Saul cometeu atos lesivos não teve respaldo suficiente nas provas apresentadas.

Operação Pretoriano e o Ambiente Tenso

Além desta questão, a situação do FC Porto está a ser acompanhada de perto no que diz respeito à Operação Pretoriano, que está em fase de alegações finais. Durante as declarações no tribunal, Luís Gonçalves, antigo administrador da SAD do clube, relatou as tensões que ocorreram na Assembleia Geral do FC Porto em novembro de 2023. Ele afirmou: “Vi confusões no topo norte [do pavilhão Dragão Arena]. O primeiro episódio foi do lado esquerdo, depois acho que chegaram a vias de facto, não percebi as razões, e foi lá a segurança. A senhora depois passou por nós e foi extremamente mal-educada, chamou-nos de ‘mamões’, a mim e aos funcionários do FC Porto com quem estava”.

O ambiente na Assembleia Geral foi descrito por outros como tenso e repleto de confrontos, com António Silva, um associado presente, a testemunhar: “Aproximei-me do Henrique Ramos, a única coisa que fiz foi dizer-lhe que era escusado alimentar aquele tipo de discurso”. Esta troca de acusações que enfim resultou em confrontos físicos sugere que o clima no seio do clube está longe de ser harmonioso.

Desdobramentos Legais e Implicações Futuras

Com os 12 arguidos da Operação Pretoriano a enfrentarem 31 crimes, incluindo coação e ameaça agravada, o clube também se vê envolvido numa batalha legal intensa. Fernando Madureira, uma das figuras proeminentes na claque Super Dragões, é o único arguido que se encontra em prisão preventiva. O tribunal, cercado por forte aparato policial, segue de perto os desdobramentos desta situação, que está longe de se resolver.

Estes eventos recentes evidenciam não apenas os desafios financeiros que o FC Porto enfrenta devido à decisão do tribunal sobre Saul, como também as complicações legais em curso relacionadas à Operação Pretoriano. As repercussões destes processos podem ter impactos significativos na estrutura financeira e reputacional do clube no futuro, deixando o FC Porto num momento crítico da sua história.