O FC Porto intensifica a sua preparação para a participação no Mundial de Clubes. Neste contexto, o médio Stephen Eustáquio concedeu uma entrevista à DAZN, canal que transmitirá a prova, abordando o momento atual da equipa, o impacto da chegada do técnico Martín Anselmi e as projeções e expectativas para a competição que se realizará nos Estados Unidos.
O internacional canadiano partilhou as suas impressões sobre a dinâmica da equipa sob o comando de Anselmi, detalhou a sua surpreendente adaptação a diferentes posições no terreno de jogo, analisou os adversários na fase de grupos e projetou o percurso dos dragões no torneio, deixando também um apelo aos adeptos portistas na América do Norte.
A Filosofia de Martín Anselmi
Stephen Eustáquio começou por destacar a abordagem tática e a filosofia implementada pelo novo treinador dos dragões, Martín Anselmi. O médio enfatizou a preferência do técnico pela posse de bola, mas sem descurar a vertente atacante do jogo portista.
“Para mim, ele é um treinador que gosta muito de ter a bola e também tenta nos dar ferramentas para que nós tenhamos a bola mais tempo. Mas também que nunca percamos o olhar da baliza adversária. Por isso.”, afirmou Eustáquio, explicando a visão de Anselmi para a equipa.
Objetivos e Ambições no Mundial
Questionado sobre os objetivos traçados para o Mundial de Clubes, Eustáquio alinhou a sua perspetiva pessoal com as ambições coletivas da equipa e a visão do treinador. O médio salientou a importância de apresentar um futebol de qualidade, mas sem nunca esquecer o principal: vencer.
“(Ahhh) O meu objetivo, e penso também que é o objetivo da equipa e do mister, é nós apresentarmos a melhor qualidade de jogo possível neste Mundial de Clubes e também equilibrar isso com as vitórias, porque sem ganhar nunca vamos conseguir ir longe.”, sublinhou o internacional canadiano, reforçando a necessidade de aliar boa exibição a resultados positivos.
A Surpreendente Polivalência
Um dos aspetos abordados na entrevista foi a recente utilização de Eustáquio em diferentes posições no campo, algo que, segundo o próprio, tem contribuído para o seu desenvolvimento e revelado qualidades que desconhecia possuir. Esta versatilidade tem sido uma mais-valia para a equipa.
“Essa polivalência que você disse e bem, também me dá outras qualidades que eu pensava que não tinha.”, confessou Eustáquio. O médio abordou a sua adaptação a novas funções, incluindo a de defesa central, mostrando total disponibilidade para ajudar a equipa e o treinador onde for preciso. “Nunca pensei em jogar a defesa central, mas estou a tentar fazê-lo da melhor forma para ajudar a equipa e para ajudar o mister também.”, disse, acrescentando: “Também quando o mister precisa que eu jogue a médio, acabo por também o fazer. Consigo também pisar às vezes a área contrária, o que também é muito bom. Acabo por fazer um bocado de tudo, mas nunca deixando de ser o Eustáquio que sempre mostrei ser.”
Análise aos Adversários
Ao analisar os oponentes que o FC Porto enfrentará na fase de grupos do Mundial de Clubes, Stephen Eustáquio identificou aquele que, na sua opinião, representa o maior desafio. O médio portista mostrou respeito por todos os adversários, mas apontou um em particular devido à falta de conhecimento.
“Vou ser sincero. Eu acho que é o Al-Ahly, também pelo desconhecimento que temos da equipa, não querendo desrespeitar como é óbvio.”, referiu sobre o clube egípcio. Eustáquio reconheceu a valia dos restantes adversários no grupo, antecipando jogos difíceis: “Já muita gente disse que é uma equipa muito boa, também forte fisicamente, que gosta de correr. Todos os jogos são difíceis, e o Palmeiras também é uma equipa muito difícil. O Inter Miami também tem as suas qualidades. Por isso acho que é um jogo desafiante, vão ser jogos bastante disputados e acho que é um grupo equilibrado.”
Expectativas e O Jogo Mais Desejado
Apesar dos desafios reconhecidos, Eustáquio demonstrou confiança na capacidade do FC Porto de realizar um bom percurso na competição e de conseguir chegar longe. O médio projetou uma equipa motivada e focada em dar o seu melhor, mesmo perante a qualidade dos adversários.
“Podem esperar uma equipa que se vai apresentar da melhor forma, motivada também.”, garantiu. Comparando o nível do torneio à Liga dos Campeões, Eustáquio mostrou ambição: “Acredito também que vamos ter jogos muito difíceis, porque as outras equipas também são muito boas, mas eu acho que, se nós tivermos a mentalidade certa e também as caraterísticas certas, teremos tudo para passar a fase de grupos e depois os jogos seguintes vão ser contra equipas muito difíceis. Isto quase que se trata de uma Champions, mas nós vamos tentar fazer o melhor para ir o mais longe possível.”
Questionado sobre qual o jogo que mais deseja disputar, Eustáquio não hesitou em escolher o embate com uma das equipas brasileiras presentes na competição: “É um bocado difícil dizer, mas eu acho que o jogo que mais quero jogar é contra o Palmeiras.”, confessou, acrescentando: “Não há nenhum jogador específico com o qual eu queira trocar a camisola, mas acho que jogar contra uma equipa brasileira e do nível do Palmeiras vai ser muito bom.”
O Palco Americano e o Apoio
Por fim, Eustáquio abordou a realização do torneio nos Estados Unidos, um país com o qual já tem alguma familiaridade, e manifestou a esperança de contar com o forte apoio dos adeptos portistas radicados na América do Norte.
“Sim, acho que o conhecimento, da minha parte, é mais pelos estádios. Já passei por muitos daqueles estádios nos Estados Unidos da América. Já tive oportunidade de jogar a Gold Cup, a Copa América...”
O médio deixou um apelo especial aos adeptos portistas no Canadá: “Sei que há muitos portistas em Toronto, espero que façam uma pequena viagem até ali. E sim, acho que vamos ter mais apoio, sem dúvida.”, concluiu, antecipando uma presença significativa de portistas nas bancadas a apoiar a equipa.