André Villas-Boas, presidente do FC Porto, fez declarações contundentes sobre a atual situação do futebol português, abordando o comportamento das principais instituições e seus líderes. Ele afirmou que “chegou a altura do presidente da FPF dar um murro na mesa. Estamos perante grandes suspeições levantadas de corrupção ativa e passiva. As frases do presidente do Benfica levantam suspeições graves.” Esta declaração reflete um descontentamento crescente em relação à falta de ações decisivas por parte dos dirigentes.
O dirigente não poupou críticas a Frederico Varandas, presidente do Sporting. Ao comentar as suas declarações recorrentes, destacou: “o presidente do Sporting opta por condenar as diferentes instituições com uma sobranceria e hipocrisia como eu nunca vi.” Segundo Villas-Boas, essa postura não é condizente com a responsabilidade que o cargo exige. Ele apelou ainda ao Conselho de Disciplina para que tenha “uma mão severa” em relação ao presidente do Sporting.
Inércia da Federação Portuguesa de Futebol
Villas-Boas também mencionou a inércia da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que, segundo ele, tem apenas assistido ao “carnaval” do futebol nacional. Afirmou: “Estou desapontado com a forma inerte, impávida e serena como a FPF assiste a todo este carnaval.” Essa afirmação destaca a necessidade de uma postura mais ativa e responsável por parte das instituições do futebol português.
Além disso, Villas-Boas discorreu sobre a centralização dos direitos televisivos, enfatizando que “é por demais evidente que o mais normal é todos os clubes perderem valor relativamente ao que ganham em receitas audiovisuais.” Para ele, essa centralização deve ser implementada com muito cuidado, já que os três grandes clubes controlam a maior parte do mercado. Ele advertiu que “o futebol português não pode sobreviver com jogos com 500 ou 600 pessoas a assistir.”
Reflexões sobre a Taça da Liga
Quanto à Taça da Liga, Villas-Boas expressou: “defendi a remoção, porque deixou de ter interesse.” Esta crítica surge num momento em que se debate a relevância desta competição, e ele sugere que um formato mais apropriado talvez beneficie os clubes de menor dimensão. Assim, ele apela para uma reflexão sobre a utilidade da competição, num contexto em que a atratividade do torneio está em questão.
Em sua análise sobre a direção do FC Porto, Villas-Boas destacou que a atual temporada está aquém das expectativas: “O presidente do FC Porto não está satisfeito. São três anos sem vencer o campeonato, e os adeptos estão a exigir resultados desportivos.” Ele enfatizou a urgência de investimento e foco em resultados dentro de campo, afirmando que “queremos muito ir para o Mundial de Clubes reforçado.”
Tensão entre os três grandes clubes
Por fim, Villas-Boas apontou mais uma vez para a tensão existente entre as direções dos três grandes clubes, afirmando: “Estamos num total desacordo de ideias.” Com um cenário de crispação máxima, onde a sobranceria e hipocrisia parecem prevalecer, o seu discurso busca não apenas destacar os problemas, mas também convocar uma reflexão sobre o papel de cada um na melhoria do futebol português.