Julgamento da Operação Pretoriano revela falhas de segurança no FC Porto

  1. Rui Martins admitiu falha de câmara
  2. Miguel Marques enfrentou intimidação
  3. FC Porto requereu apresentação de vídeo
  4. Julgamento retomado após três semanas

O julgamento da Operação Pretoriano trouxe à luz detalhes inquietantes sobre a gestão de segurança durante a Assembleia Geral (AG) do FC Porto, realizada em Novembro de 2023. Rui Martins, o vigilante encarregado das câmaras de segurança, admitiu no tribunal que um desvio involuntário de uma câmara impediu a visualização de altercações que ocorreram durante a reunião. Martins explicou que, “não me recordo de ter mexido em nenhuma das câmaras, posso ter tocado no teclado sem querer”.

Martins, que estava a operar cerca de 90 câmaras em um ambiente carregado de tensão, revelou: “inicialmente, estava um colega meu na sala das câmaras comigo, mas havia muita gente no P1 [entrada do Estádio do Dragão] e ele saiu”. Esta ausência deixou-o sozinho em um momento crítico, o que contribuiu para as dificuldades de monitoramento na situação caótica que se desenrolou.

Intimidação e Apresentação de Provas

O caso assume contornos ainda mais preocupantes com o relato de Miguel Marques, sócio do FC Porto, que enfrentou intimidação por parte de um grupo que tentava silenciá-lo enquanto registava as confusões com o seu telemóvel. Ele declarou: “fui obrigado a apagar o registo”. Contudo, a filmagem permaneceu oculta em seu aparelho. A relevância deste material foi reconhecida pelo FC Porto, que requereu a sua apresentação ao tribunal. A presidente do coletivo de juízes, Ana Dias Costa, concordou com o pedido, dando três dias para que as defesas dos arguidos possam analisar o vídeo.

Além disso, a situação que envolveu a AG gerou a repetição de relatos de irregularidades, trazidos à tona por funcionários responsáveis pela credenciação e pela entrega de pulseiras de acesso à reunião. Estes relatos reforçam o clima tenso que imperou durante a AG, onde a segurança demonstrou falhas.

Desafios na Gestão de Segurança

Por fim, é importante notar que o julgamento foi retomado após um intervalo de três semanas, devido a problemas de saúde de um dos juízes. Estes novos elementos revelam um cenário complexo e preocupante sobre a administração da segurança em eventos importantes como este, destacando os desafios enfrentados e a necessidade de uma melhor preparação para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro.