Rui Quinta, ex-assistente de Vítor Pereira no FC Porto, partilhou reflexões importantes sobre a época 2024/25 da Liga Betclic. Ele afirmou: “Os factos mostram que a mudança não produziu efeito nem acrescentou rigorosamente nada ao desempenho da equipa que permitisse ter a ilusão de discutir alguns dos troféus que ainda estavam em jogo.” As críticas de Quinta dirigem-se à mudança de treinador, ressaltando a necessidade de uma introspecção dentro do clube e a importância de aprender com o que aconteceu.
O desempenho do FC Porto foi aquém das expectativas, repetindo a terceira posição da época anterior com 71 pontos, ficando a 11 do bicampeão Sporting e a nove do Benfica. “Percebo o entusiasmo, a paixão, a dedicação e a ligação umbilical ao clube, mas quem dirige tem de o fazer através das convicções e ideias. Não poderá dirigir pela onda, pela manada ou em função daquilo que parece.” A necessidade de uma liderança firme foi destacada, especialmente em momentos difíceis como os enfrentados ao longo da temporada.
Desempenho da Equipa
A capacidade de adaptação da equipa foi posta à prova quando Vítor Bruno foi promovido a treinador principal, após uma passagem anterior como assistente. Rui Quinta observou: “Quando eles não se sentem protegidos nem devidamente acompanhados, defendem-se, não dão o seu melhor e retraem-se para não se exporem e ninguém lhes poder apontar dedos.” A transição de treinador trouxe uma estrutura tática diferente, mas o impacto não foi positivo.
Martín Anselmi, o novo treinador, tentou implementar um novo sistema com três defesas centrais, mas a equipa acabou por ceder mais pontos do que antes. A instabilidade interna que afetou a equipa durante a temporada foi uma das razões para o rendimento abaixo do esperado.
Instabilidade e Contexto Competitivo
Rui Quinta também comentou sobre a instabilidade interna que afetou a equipa durante a temporada. “Nesta altura, as circunstâncias são especiais, porque o contexto não é favorável.” O contexto competitivo da Liga também foi um factor, com rivais a mostrarem-se mais consistentes. “Quando fazemos uma mudança, por muito que nos custe, temos de criar as condições para que as pessoas possam expressar as suas ideias.”
A época culminou numa frustração adicional, com o FC Porto a falhar a entrada na Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva e a ser afastado pela Roma na Liga Europa. Rui Quinta conclui que, apesar dos desafios, esta fase pode ser vista também como uma oportunidade.
Oportunidades Futuras
“O único impacto é que não entra [tanta] receita, mas é uma oportunidade extraordinária para procurar outras soluções que, muitas vezes, o dinheiro nem permite pensar.” Com estas palavras, Rui Quinta enfatizou a necessidade de transformação e renovação no seio do clube, sugerindo que as adversidades podem levar a novas abordagens e soluções criativas para o futuro.
A reflexão do ex-assistente destaca a importância de se aprender com os erros do passado e de se preparar para um futuro mais promissor. O FC Porto terá de repensar a sua estratégia e liderança para voltar a ser competitivo na Liga.