No dia 13 de novembro de 2023, uma Assembleia Geral do FC Porto transformou-se num cenário de tensão e confrontos, com testemunhas a descreverem um ambiente que beirou o insuportável. Uma das testemunhas, uma hospedeira que esteve presente na ocasião, descreveu a atmosfera como “tensa, pesada, com agressões”. Embora tenha afirmado que não sentiu medo, deixou claro que “não estava tudo bem”.
Os relatos das agressões foram proferidos em depoimento durante a sexta sessão do julgamento da Operação Pretoriano. A testemunha recordou ter visto um momento forte: “Vi um pontapé na cara a uma senhora que depois rolou pelas escadas”. Este relato chamou a atenção para o clima de hostilidade que se fez sentir, culminando em atos de violência físicos no recinto.
Comportamento de Fernando Madureira
Em relação ao comportamento de Fernando Madureira, a testemunha fez uma distinção importante. Embora tenha referido uma “atitude intimidatória”, ilibou-o de agressões diretas. Segundo ela, “Ele dizia para baixarem os braços, para se calarem, senão fazia ameaças”. Essa tentativa de controle gerou indignação entre os presentes, que se sentiram ameaçados.
A mesma testemunha comentou acerca de outro momento turbulento, protagonizado por Henrique Ramos. Inicialmente, ele “estava a apoiar, depois foi contra alguns tópicos”, levantando uma camisola que mostrava uma tatuagem alusiva a Pinto da Costa, recebendo aplausos do público. A tensão aumentou quando Madureira e outros indivíduos desceram para confrontar Ramos, levando a testemunha a cravar: “Se o Madureira estava a ter uma atitude intimidatória? Sim, era uma atitude intimidatória mas não vi qualquer agressão”.
Crítica aos órgãos sociais
Ao abordar o papel dos órgãos sociais da época, a hospedeira criticou a falta de intervenção: “A direção nada fez para travar o que estava a acontecer. Quem podia travar? O presidente da mesa da AG podia ter parado após as primeiras ameaças.” Essa percepção de impunidade certamente contribuiu para o agravamento da situação.
O tribunal continua a ouvir testemunhas enquanto a justiça procura esclarecer os eventos daquela noite fatídica. As declarações da hospedeira refletem não apenas o clima do evento, mas também as complexidades que envolvem a governação do clube e a interação entre os seus adeptos e lideranças.
Conclusão
A história continua a ser desvendada, revelando como a paixão pelo clube pode, às vezes, transformar-se em algo turbulento e desconcertante. O FC Porto, como um dos clubes mais emblemáticos de Portugal, enfrenta agora um desafio para restaurar a harmonia entre os seus adeptos e as suas lideranças.