Líder ultra dos Super Dragões confrontado sobre alegados abusos no FC Porto

  1. Madureira admitiu não conseguir ler todas as mensagens que recebia no WhatsApp
  2. Madureira acusou apoiantes de Villas-Boas de tentarem 'enxovalhar' Pinto da Costa
  3. Madureira afirmou que a sua reação 'acesa' provavelmente nasceu de ofensas a Pinto da Costa
  4. Madureira explicou que não incentivava 'bater em ninguém', apesar de dizer que 'vale tudo' na assembleia

Fernando Madureira, antigo líder da claque Super Dragões, prestou declarações polémicas durante a primeira sessão do julgamento da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto em novembro de 2023.

Questionado sobre um pedido de um cartão de sócio, Madureira explicou: “Não lhe arranjei nada. Pediu-me um cartão de sócio de mulher. Disse que sim, mas na hora deixei-a ficar 'agarrada'. Primeiro, não arranjava [de qualquer forma], e ela fazia campanha nas redes sociais para Villas-Boas. Foi uma maneira de a castigar.”

Ameaças e insultos

Negando arranjos concertados de cartões de sócio, Madureira foi confrontado com uma mensagem de uma adepta portista a quem aparentemente terá ameaçado e insultado. “Isso é no sentido figurado. É namorada do meu primo, e isto é tudo no sentido figurado. Tenho uma esposa, mãe, avós, sogras, tias, e três filhas. (...) Temos de perceber o conteúdo e o meu grau de confiança com a pessoa,” afirmou.

O antigo líder dos Super Dragões admitiu não conseguir tomar conhecimento de tudo o que lhe enviavam em “talvez 70 ou 80 grupos” no WhatsApp, anuindo a pedidos “para despachar sem ler”. “Até me chamavam o 'ok, ok',” reforçou.

Acusações a apoiantes de Villas-Boas

Madureira reiterou acusações e insinuações quanto a apoiantes de André Villas-Boas, então putativo candidato à presidência do FC Porto, que viria a ganhar no ano seguinte. Para o arguido, os diretores de segurança e marketing do clube, responsáveis pela organização da assembleia-geral, mantiveram-se em funções, enquanto “os outros, tudo o que era Pinto da Costa”, foram demitidos.

Já inquirido pela defesa, Madureira manteve que se sentiu triste e ofendido com ofensas a Pinto da Costa, que morreu em 15 de fevereiro deste ano, e que uma reação mais 'acesa', violenta, provavelmente nasceu disso.

Questionado sobre a mensagem em que se lia “não podemos permitir que enxovalhem o presidente”, Madureira reconheceu que se dirigia a apoiantes de Villas-Boas. E quando, noutra comunicação, reforça que vale tudo nessa sessão, garantiu que não era “de certeza para incentivar a bater em ninguém”.

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