A um mês no comando do FC Porto, Martín Anselmi fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo com o Arouca, da 24ª jornada do campeonato, e abordou as questões que têm rodeado a sua equipa nos últimos jogos.
O técnico argentino foi claro sobre a eventual necessidade de mudar a ideia de jogo da equipa: «Se me disserem que temos de mudar o sistema? Não.»
Sistema de jogo não vai mudar
Segundo Anselmi, o seu trabalho como treinador «consiste, principalmente, em tomar decisões» e para isso «é preciso ter fundamentos». Esses fundamentos, explicou, «têm de partir de entender um porquê» e esse «porquê vem da análise que fazemos, da análise profunda de um jogo, de três jogos».
Nesse processo de análise, o técnico disse que é preciso ter em conta «o rival que defrontámos, o que funcionou, o que não funcionou, o futebol português como um todo». «E, a partir daí, vamos encontrando fundamentos que nos façam entender se há algo a mudar ou não», referiu, ressalvando que «isso só se faz através do resultado» e não apenas pela forma como a equipa joga.
Equipa tem de pressionar mais
Anselmi explicou que pode haver situações em que o FC Porto faz «50 remates à baliza rival e não marcar», o que mostra que «há coisas que não têm nada a ver com a forma como defendemos». E deu o exemplo da jogada que resultou no golo do Vitória de Guimarães no último jogo: «A jogada mais perigosa que o adversário teve foi uma bola que era nossa. Perdemo-la, golo do adversário.»
O técnico do FC Porto assegurou que a sua equipa tem «recuperado a bola rapidamente» e que o que quer ver é «uma equipa que pressione, que recupere a bola o mais rápido possível». Anselmi admitiu que o sistema de jogo «pode variar» e que por vezes defendem «com cinco, outras vezes com três, com dois», mas garante que não vai mudar o sistema: «Pressionamos como queremos, roubamos a bola como queremos roubar.»
Foco na melhoria contínua
Ofensivamente, Anselmi disse que é preciso «analisar o que está a falhar», como os erros no último passe antes do remate, mas também «perceber se estamos a insistir por um lado e temos de tentar pelo outro». «O meu trabalho é melhorar. A minha obrigação como treinador é fazer com que o FC Porto melhore, independentemente do resultado. O resultado é o fim. Mas como vamos ganhar? Temos de trabalhar nisso. Eu trabalho no como. E nesse como, há toda uma análise. E quando encontro algo que não está a funcionar, mudo. E no que está a funcionar, temos de melhorar. Não mudar tudo, pequenas coisas», garantiu.
No final, Anselmi reiterou a sua confiança no processo de análise e melhoria contínua da equipa, dizendo que o seu trabalho não é feito apenas com base nos resultados, mas numa visão mais abrangente do futebol da sua equipa.
