A Assembleia Municipal do Porto reuniu-se hoje para prestar uma sentida homenagem a Jorge Nuno Pinto da Costa, o histórico presidente do FC Porto que faleceu no sábado aos 87 anos, vítima de cancro.
Os deputados municipais aprovaram por unanimidade um voto de pesar, no qual destacaram a figura de Pinto da Costa como um «lutador convicto» em defesa do Porto e da região norte de Portugal. O presidente da Assembleia, Sebastião Feyo, leu o voto subscrito por todas as forças políticas presentes, salientando que «a sua vida, a sua mensagem, o seu contributo, esses estão muito para lá ou acima dos feitos desportivos».
Um «lutador convicto» pela cidade do Porto
«Foi um lutador convicto em defesa do Porto e da região, numa visão muito crítica do centralismo que tolhe o desenvolvimento de Portugal», afirmou Sebastião Feyo, enaltecendo também a «notável visão estratégica» de Pinto da Costa, que «deixa uma obra desportiva monumental a que ninguém fica indiferente em Portugal».
Para além dos feitos no futebol, onde se estabeleceu como o dirigente mais titulado e antigo do mundo, os deputados destacaram ainda o papel de Pinto da Costa como «homem de cultura» e a sua luta pela «justiça social», com «contributos no terreno em defesa dos desfavorecidos».
Um «grande embaixador do Porto»
O deputado do PSD Rodrigo Passos afirmou que Pinto da Costa «não foi apenas o presidente mais titulado no futebol mundial, mas um grande embaixador do Porto, projetando a cidade além-fronteiras». «O seu legado ultrapassou o desporto», destacou, lembrando-o também como «um dos principais rostos contra o centralismo» e um símbolo da «resiliência e determinação portuense».
Já o deputado José Maria Montenegro, do movimento independente «Rui Moreira, Aqui Há Porto», recordou Pinto da Costa como «o portuense dos portuenses», afirmando que a sua partida «traz à memória uma forma de estar na cidade que não é fácil de traduzir e gerir».
Luto municipal pela morte de Pinto da Costa
A Assembleia Municipal cumpriu ainda um minuto de silêncio em memória de Pinto da Costa, numa sessão em que o socialista Agostinho Sousa Pinto lamentou que a mesma não tivesse sido adiada «por respeito à memória» do antigo presidente do FC Porto.
A cidade do Porto decretou hoje um dia de luto municipal pela morte de Pinto da Costa, que se estabeleceu como o dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial, conquistando 2.591 troféus em 21 modalidades durante os seus 42 anos e 15 mandatos consecutivos à frente do clube azul e branco.