A instrução da Operação Pretoriano, que estava prevista arrancar esta sexta-feira, foi cancelada. Segundo avança o jornal Jornal de Notícias (JN), «todas as diligências do Tribunal de Instrução Criminal do Porto marcadas para esta sexta-feira foram adiadas por causa da greve dos funcionários judiciais».
O início da instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento, requerida por alguns arguidos, estava marcado para as 9h30, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto.
Interrogatórios adiados
O despacho do TIC do Porto indicava que, para sexta-feira, estavam agendados os interrogatórios de Fernando Madureira, antigo líder da claque Super Dragões, e da sua mulher, Sandra Madureira. No entanto, menos de uma hora após ter chegado, Fernando Madureira regressou à cadeia anexa à Polícia Judiciária, onde está preso desde o ano passado.
Para 25 de outubro (sexta-feira seguinte), a partir das 9h30, estão marcados os interrogatórios dos arguidos Carlos Nunes, José Pedro Pereira e Fernando Saúl, antigo funcionário do FC Porto.
Acusação do Ministério Público
Neste processo está em causa uma eventual tentativa da claque Super Dragões «criar um clima de intimidação e medo» na Assembleia Geral do FC Porto, realizada em 13 de novembro de 2023, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada a revisão estatutária, «do interesse da direção» 'azul e branca', então liderada pelo ex-presidente do clube Pinto da Costa, sustenta a acusação do Ministério Público (MP).
Madureira, que permanece em prisão preventiva, Sandra Madureira e Vítor Catão, mas também os outros arguidos, entre os quais Hugo 'Polaco' e Fernando Saúl, estão acusados de vários crimes, incluindo ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e atentado à liberdade de informação. O arguido Hugo Loureiro está também acusado de detenção de arma proibida.
Na acusação, o MP requer penas acessórias de interdição de entrar em recintos desportivos entre um e cinco anos. O FC Porto e a SAD do clube azul e branco constituíram-se assistentes do processo.