A nova formatação da Taça do Mundo de Clubes da FIFA, que passará a ser chamada de Taça Intercontinental da FIFA a partir de 2024, está a dar que falar, mas é o passado que está a causar agitação. De acordo com a lista divulgada pela FIFA com todos os campeões mundiais de clubes, o título conquistado pelo FC Porto em 2004 não está incluído nos registos, e os Dragões só têm a sua conquista de 1987 reconhecida.
Esse ano, bem como os três anteriores (de 2001 a 2004), a FIFA considera que a competição (então chamada de Taça Intercontinental) não se realizou, apesar de ter sido jogada e ter terminado em 2004 com um triunfo do FC Porto sobre o Once Caldas. O mais estranho de tudo é que esta lista controversa surge sete anos depois, em 2017, numa reunião do conselho da FIFA em Calcutá, Índia, onde o organismo governante reconheceu como campeões do mundo todos os vencedores desta competição, entre 1960 e 2004.
Contradições da FIFA
Este facto é ainda mais estranhamente citado no artigo em que a FIFA partilha a 'nova' lista de campeões mundiais de clubes. No entanto, no parágrafo seguinte, contradiz-se e afirma que, afinal, entre 2001 e 2004 a «competição não esteve ativa».
Em última análise, a lógica desta nova lista seria considerar apenas como campeões do mundo os clubes que venceram a competição oficial organizada pela FIFA - 2000 e a partir de 2005 -, mas existe um facto que não se soma, pois todos os campeões desde 1960... até 2000 estão na lista. Uma enorme confusão!
Reconhecimento Tardio
Como afirmou «Mário Figueiredo, presidente da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional», em 2017 a FIFA «reconheceu como campeões do mundo todos os vencedores desta competição, entre 1960 e 2004». No entanto, este reconhecimento tardio não evitou a exclusão do título do FC Porto em 2004 da nova lista divulgada pela entidade máxima do futebol mundial.
Esta decisão da FIFA levanta muitas questões sobre a coerência e transparência na gestão dos registos históricos do futebol mundial de clubes. Os adeptos e especialistas aguardam por explicações convincentes da organização sobre esta polémica.