O sonho da Premier League
Apesar dos 35 milhões de euros (mais cinco milhões em objetivos) investidos pelo Arsenal antes do início da época 2022/2023, Fábio Vieira nunca conseguiu ganhar a titularidade na equipa de Mikel Arteta. O espanhol acabou por confiar no norueguês Martin Odegaard, um dos melhores jogadores da Premier League e avaliado em mais de 100 milhões de euros.
A opinião dos conhecedores
Para perceber se este foi o passo certo na carreira de Fábio Vieira, o jornal falou com dois elementos que privaram de perto com o médio ofensivo: Manuel Tulipa e Israel Dionísio, que fizeram parte de equipas técnicas do FC Porto.
As raízes de Fábio Vieira
O camisola dez, atualmente com 24 anos, nasceu em Argoncilhe, Santa Maria da Feira. Desde cedo se percebeu que o talento para o futebol era inato. Em 2008/2009 já representava o FC Porto e, no ano seguinte, foi colega de equipa de jogadores como Pedro Santos, João Mário ou Vasco Paciência.
As palavras dos treinadores
«Conseguias logo interagir com ele, era bom rapaz. Um miúdo porreiro, como se costuma dizer. Já tinha uma capacidade diferenciadora que passava pelo aspeto mental. Nunca acusou a pressão, gostava de ser protagonistae assumia as rédeas em qualquer situação, pese embora algumas dificuldades associadas. Tem muita paixão pelo futebol», afirmou Israel Dionísio.
«Eu trabalhei com ele no escalão de sub-16 e sub-17 e, nessa altura, não era aquele jogador em que o clube apostava. Em 2015/2016 acabou por ser emprestado ao Padroense, ou seja, não entrava no lote de atletas de destaque. Mas era um miúdo que dizia que ia ser jogador de futebol. Repetia essa ideia com insistência em qualquer conversa que tinha com ele», acrescentou Manuel Tulipa.
O melhor ano da carreira
A época 2021/2022 ajudou a comprovar a evolução de Fábio Vieira, que rubricou o melhor ano da carreira a nível sénior. Sete golos, 16 assistências e um papel decisivo para a conquista da Liga Portugal bwin.
O empréstimo ao FC Porto
Apesar das elevadas expectativas, Fábio Vieira nunca conseguiu conquistar o seu espaço no Arsenal. Entre as opções disponíveis no mercado de transferências, apareceu o FC Porto, que «perdeu» Francisco Conceição para a Juventus, na sequência de um empréstimo de um ano. Fábio Vieira chegou à Invicta nos mesmos moldes.
As comparações inevitáveis
As comparações entre Fábio Vieira e Francisco Conceição são inevitáveis, pese embora ocuparem terrenos distintos. «São jogadores com caraterísticas completamente diferentes. O Francisco nunca pode jogar a '8', mas sim, de forma esporádica, a '10'. É um extremo que vai para cima dos adversários. O Fábio não possui esse tipo de particularidades, pois é alguém mais posicional, que atrai a marcação com ele», explicou Israel Dionísio.
O encaixe no FC Porto
«Se o FC Porto tiver o Alan Varela no onze inicial, acho que pode encaixar como segundo médio, uma vez que o Nico está a ter um desempenho incrível naquela posição. O Fábio também pode jogar de fora para dentro, ou seja, da direita para dentro, mesmo não sendo um extremo que vai para cima do adversário. Para além disso, acrescenta qualidade relacionada com as bolas paradas, um aspeto onde é muito forte», analisou Manuel Tulipa.
«Acho que, no meu entender, rende mais numa posição central, pois gosta de jogar entrelinhas e encaixa bem no esquema tático do Vítor Bruno. Marca a diferença no último passe, descobre espaços como ninguém e consegue isso com insistência atrás do avançado, um papel atribuído recentemente ao Nico González. Isso não significa, claro, que a presença de um implique a ausência do outro. Existem várias formas para coabitar estes jogadores», concluiu Israel Dionísio.