Eleições e sucessão
O ex-presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, concedeu uma entrevista à TVI na qual revelou detalhes sobre sua recandidatura à presidência do clube, seus planos para o futuro e seu estado de saúde. Pinto da Costa explicou que, quando se candidatou novamente à presidência do FC Porto, sua intenção era fazer apenas um ano no cargo e depois provocar novas eleições, não indicando um sucessor. «Sempre fui contra isso e disse que o FC Porto não era uma monarquia», afirmou.
Projetos prioritários
O ex-dirigente revelou que tinha dois projetos prioritários caso tivesse vencido as eleições: a construção de uma academia do clube e a manutenção de Sérgio Conceição e Pepe na equipa. «Havia duas coisas que queria muito e que considerava prioritárias, no FC Porto. A primeira era fazer uma academia, e tinha isso em mãos com a Câmara da Maia. É público, um projeto fantástico, com pavilhões, campos... Queria fazer e estava praticamente feito. Depois, como não ganhei as eleições, puseram isso de lado», explicou.
Quanto à continuidade de Sérgio Conceição e Pepe, Pinto da Costa revelou que já tinha assinado contratos com ambos para que continuassem no clube por mais uma temporada. «Em segundo, tinha um sonho, que era voltar a ver o FC Porto campeão europeu, e achava que, para isso, era fundamental manter o Sérgio Conceição. Por isso é que, antes das eleições, contratei o Sérgio Conceição, tal como o Pepe. Tenho um contrato assinado pelo Sérgio Conceição e pelo Pepe para jogarem mais este ano», afirmou.
Estado de saúde
Pinto da Costa também falou sobre sua saúde, revelando que já sabia do seu estado de saúde quando se candidatou à presidência do clube. «Na altura, não sabia tudo o que sei hoje sobre a minha saúde, mas sabia o meu estado. Quando me candidatei, a minha intenção era fazer um ano e, no final, provocar eleições», disse.
Planos para o funeral
O ex-presidente do FC Porto revelou que já pagou o seu próprio funeral e que não quer a presença de «traidores» no evento. «Já paguei o funeral. Dizem que nunca tinha acontecido, que as pessoas só pagam depois da Missa do Sétimo Dia. Eu disse 'Não, pago já, que é para não empurrarem uns para os outros e ninguém ter a preocupação de pagar o funeral'. Vai ser como eu quero. Quero que o meu corpo vá para a Igreja das Antas, que eu frequento semanalmente. Não quero ninguém de preto. Quero tudo de azul. Depois, há pessoas que não quero lá. Não vou revelar, mas estão no livro, que sairá em outubro», afirmou.
Pinto da Costa explicou que não quer a presença de «traidores» no seu funeral, pois «só podem trair os que estão ao lado de nós, porque os outros são adversários». «Os que traem são os que estão cá dentro. Os que não me gramam, vão dizer que eu era isto e aquilo. Os meus amigos vão dizer bem. Há uma coisa que ninguém pode dizer, é que, em vida, tenha prejudicado alguém intencionalmente, ou que tenha feito algo de ilícito. Tenho a certeza de que isso ninguém irá dizer», declarou.
Tratamento e vida normal
Apesar da doença, Pinto da Costa afirmou que continua a fazer a sua vida normalmente. «Faço a minha vida na mesma. Fiz sempre. Tudo o que quis fazer, fiz. A vida proporcionou-me amigos que, hoje, estão comigo como se fosse presidente do FC Porto ou da República. Isso, para mim, não tem preço», disse.
O ex-presidente do FC Porto revelou que não contou sobre sua doença a ninguém, exceto à sua mulher e a uma de suas filhas. «Não partilhei com ninguém. Partilhei com a minha mulher, ela fingindo que não sabia, mas sabia. De resto, não disse a ninguém. Não disse aos meus filhos. Tinha de ir ao IPO, e disse à minha filha 'Olha, vou ao IPO porque tenho uma coisa que não sabem o que é'. Ela ficou preocupada e disse que vinha comigo. Ela e a minha mulher vieram comigo, e aí é que ficaram a par da situação. Foi já este ano», revelou.
Quanto ao tratamento, Pinto da Costa afirmou que está a reagir bem e que a única coisa que mudou em sua vida é que agora só está com as pessoas de quem gosta. «Estão a reagir bem, talvez pela maneira como eu encaro. Não alterei absolutamente nada na minha vida. Só faço medicação. Fui ao hospital há um mês, e, agora, se calhar, vou em setembro. Fisicamente, andei com uma dor, mas, desde que fiz o último tratamento, desapareceu. Acho que elas também encaram assim. A única coisa que mudou na minha vida é que só estou com quem gosto. Sou incapaz de dizer que tenho de ir aqui ou acolá. Isso acabou para mim. Não tenho. Já não tenho obrigações no FC Porto, por isso, não tenho obrigações de estar com quem não quero», concluiu.