A Câmara da Maia aprovou, em hasta pública, a venda dos terrenos para a academia do FC Porto por um valor base de 3,36 milhões de euros. A decisão, que ainda precisa ser ratificada em Assembleia Municipal, gerou polémica, com os socialistas acusando a autarquia de favorecer o clube. O vereador Francisco Vieira de Carvalho do Partido Socialista expressou preocupações com o valor de venda dos terrenos, afirmando que «estamos a colocar um património à venda por 23 euros o metro quadrado. Não existem imóveis a este preço. A Maia não pode estar em saldo ou dar a ideia de que está em saldo».
Controvérsia sobre o Valor da Venda
O presidente da autarquia, António Silva Tiago, defendeu a avaliação do valor base de licitação, destacando que foi feita por peritos externos e que é «um valor justo». Tiago também mencionou a aquisição anterior de terrenos pela câmara em 2003, destacando a diferença de valores. Em resposta às críticas, Tiago assegurou que o processo de venda dos terrenos será transparente e baseado em critérios objetivos: «A hasta pública é feita com base em critérios de execução, quem comprar tem de fazer o que está previsto na unidade de execução. Está tudo no maior rigor, transparência e isenção».
Propriedade dos Terrenos em Questão
No entanto, a controvérsia não parou por aí. O vereador Francisco Vieira de Carvalho levantou suspeitas sobre a propriedade dos terrenos, sugerindo que uma empresa de Braga, ABB, teria adquirido parte dos terrenos destinados à academia do FC Porto. Horas depois, o FC Porto emitiu um comunicado desmentindo as declarações do vereador e afirmando que os terrenos e a futura academia serão propriedade do clube, não sendo arrendados a terceiros.
Parecer Desfavorável e Descobertas Arqueológicas
Além disso, o presidente da autarquia da Maia, António Silva Tiago, desvalorizou um parecer desfavorável da CCDRN (Comissão de Coordenação Regional do Norte) em relação aos terrenos, devido a descobertas arqueológicas na zona. Tiago afirmou que a comissão não respondeu de forma adequada ao estudo enviado pela autarquia e que a questão dos vestígios arqueológicos é um «não assunto para já».
Em suma, a venda dos terrenos para a construção da academia do FC Porto na Maia está envolta em polémica e desentendimentos entre a autarquia, o clube e a oposição. Apesar das controvérsias, a decisão de alienar os terrenos em hasta pública foi aprovada e aguarda ratificação em Assembleia Municipal, com o valor base de licitação estabelecido em 3,36 milhões de euros.