Ricardo Horta, o capitão do Sp. Braga, partilhou a sua experiência ao longo da carreira, destacando os desafios enfrentados, particularmente no que diz respeito à sua relação com o presidente António Salvador e o seu passado como jogador associado ao Benfica. Em declarações, Horta admitiu: “Sim, eu confesso que na altura foi um período difícil. Ser associado ao Benfica já envolve muita história, muita conversa, muita fotografia.” O jogador recordou que o seu possível transfer para o Benfica originou situações desconfortáveis, como quando foi fotografado durante as férias, afirmando: “Na altura acho que foi difícil, não só para mim como para a minha família, mas é um assunto que já foi. Acho que é daqueles assuntos que quanto menos se falar, melhor.”
Para superar essa fase, Horta destacou a importância do apoio familiar, revelando: “Foi estar em casa, junto da minha família, falar com a minha família. Recordo-me que recorri muitas vezes ao meu pai, porque ouvir uma voz mais experiente e de quem realmente sente as nossas dores e sente como nós.” Este suporte positivo foi fundamental para que o jogador recuperasse rapidamente a sua motivação e foco.
O Papel da Liderança
Ricardo Horta expressou a sua visão sobre o que significa ser um líder na equipa, afirmando: “Acho que um guerreiro tem de ter muitos adjetivos, mas o que eu destacaria se calhar era a resiliência. Acho que a resiliência faz parte de um guerreiro e ajusta-se também aqui ao clube, ao Sp. Braga.” Esta reflexão demonstra não apenas a sua autoperceção como líder, mas também a cultura de resiliência que permeia a equipa.
A trajetória de Horta no Braga é marcada por sucessos, sendo o jogador com mais golos e jogos pelo clube. Quanto à sua relação com António Salvador, ele comentou: “Temos boa relação, podemos dizer que temos uma boa relação. Acho que nunca... Acho que nunca... Há momentos mais... Acho que isto acontece com todos os jogadores. Mas são momentos que passam.” Apesar de algumas fricções, Horta reafirmou a solidez da relação, destacando: “Acho que todas as coisas têm que ficar resolvidas. Por isso acho que posso dizer que tenho uma grande relação com o presidente e todos os problemas, entre aspas, que tivemos foram ultrapassados e hoje em dia damos-nos bem.”
Discordâncias e Respeito
Quando questionado sobre a sua liberdade para discordar, Horta respondeu com firmeza: “Sim, eu acho que já tenho a vontade para lhe dizer algumas coisas. Às vezes há coisas que ele diz que eu não concordo, coisas à equipa que ele diz que eu não concordo e às vezes tenho que lhe chamar um bocadinho à razão e dizer-lhe: 'Presidente, isto não é assim.'” A sua assertividade demonstra a responsabilidade que sente como líder, assim como a dinâmica que isso gera dentro do balneário.
Horta salientou a necessidade de considerar a perspectiva dos adversários dentro das suas discussões com o presidente, afirmando: “Principalmente, temos uma equipa do outro lado e digo muitas vezes: 'Presidente, está uma equipa do outro lado que também quer jogar e também quer ganhar, a gente não joga sozinhos.'” Esta visão estratégica revela a profundidade do seu pensamento sobre a competição e o futebol.
Compromisso com o Clube
Atualmente, Horta mantém um contrato com o Sp. Braga até 2028, solidificando a sua identidade e liderança no clube. Ele declarou: “Essas questões, principalmente dos golos e dos jogos, foram acontecendo muito naturalmente. A minha primeira ideia quando vim aqui para o Sp. Braga era jogar, porque não estava a jogar no meu antigo clube. Era somar minutos, era fazer jogos, fazer 90 minutos para mostrar o meu real valor.” Esta determinação evidencia a sua dedicação ao clube e a vontade de contribuir para o seu sucesso.
A sua jornada no Braga, agora na nona temporada, é um testemunho do compromisso que Horta possui com a equipa, simbolizando o espírito guerreiro que caracteriza tanto o clube como o próprio jogador. Com uma carreira repleta de conquistas, Horta tornou-se uma figura icónica no Sp. Braga, refletindo a sua resiliência e capacidade de superação.