As claques de futebol em Portugal surgem, após a revolução de 25 de Abril de 1974, no âmbito de uma
"nova estética em torno do apoio aos clubes", defende o investigador em culturas adeptas Daniel Freire Santos.
Origens das Claques em Portugal
É durante os anos 70 que as claques organizadas de apoio aos clubes começam a ganhar destaque, demarcando-se do que era tradicional no período do Estado Novo. Este surge representa uma evolução marcante nas bancadas portuguesas, como explica Daniel Freire Santos.
Liberdade Após o 25 de Abril
O investigador salienta que a revolução de 25 de Abril de 1974 permitiu não só uma nova estética de apoio, mas também maior liberdade de expressão e associação para os adeptos de futebol em Portugal.
Intervenção Estatal e Controlo
Nos anos 80 e décadas posteriores, os sucessivos governos procuraram controlar mais detalhadamente o ambiente desportivo, seguindo diretrizes europeias. Esta ação do Estado influenciou a relação entre os adeptos e as autoridades, resultando numa crescente regulação e vigilância sobre os eventos desportivos.
Transformações e Resistência das Claques
A legislação foi sendo atualizada ao longo dos anos, incluindo medidas mais securitárias e concretas para garantir a ordem pública, ainda que em alguns casos sejam percebidas como restrições à liberdade dos adeptos.
Impacto na Cultura Adepta
A imposição de medidas de controlo, como o polémico "cartão do adepto", sinaliza uma mudança na relação entre adeptos e Estado, afetando a expressão da cultura adepta e a liberdade de manifestação nos eventos desportivos.
O Estado Novo e a Disciplina no Desporto
O investigador destaca a herança do Estado Novo na disciplina dos espaços sociais, incluindo os estádios de futebol. Esta tradição de controlo social influenciou a interação entre adeptos e autoridades, moldando a forma como os adeptos se comportam atúalidade.