A tensão no futebol português está a aumentar, com vários processos disciplinares a serem instaurados pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Um dos casos mais notáveis é o do jogador António Silva, do Benfica, que, após o jogo contra o Casa Pia, fez declarações contundentes sobre a arbitragem. Ele afirmou: ““Este fim de semana ficou claro o que se passa no nosso futebol. O que o protocolo diz é que se a bola vai ao braço por ressalto não é falta. Não percebo como é que o árbitro marca penálti. Acho que este fim de semana ficou bem claro que a arbitragem está muito condicionada.””
Essa crítica contundente à atuação do árbitro Gustavo Correia gerou uma reação da APAF, que apresentou participação contra António Silva ao Conselho de Disciplina.
No entanto, o Benfica também se vê sob investigação devido ao seu jogo contra o Gil Vicente, realizado a 26 de setembro. Embora o motivo específico do processo disciplinar ainda não tenha sido divulgado, este caso surge numa altura em que o clube manifesta insatisfação com a arbitragem. No final desse jogo, o Benfica emitiu um comunicado onde desafiou o Conselho de Arbitragem a ““uniformizar os critérios que regem a atuação dos árbitros.””
O comunicado evidencia a frustração encarnada, questionando: ““Que consequências vai o Conselho de Arbitragem retirar desta dualidade de critérios em apenas 3 dias?””
Investigação ao Benfica
Neste contexto, o Benfica destaca a anulação de um golo em um jogo contra o Rio Ave e a falta não assinalada no primeiro golo do Gil Vicente, que teve uma entrada de sola em António Silva. O clube tem sido vocal sobre a sua insatisfação com as decisões dos árbitros, e a pressão está a aumentar com as investigações em curso.
A situação do Benfica reflete uma preocupação mais ampla sobre a consistência da arbitragem em jogos da Primeira Liga, levantando questões sobre a equidade e a justiça nas decisões durante as partidas.
FC Porto sob escrutínio
O FC Porto também não escapa da atenção do Conselho de Disciplina por incidentes ocorridos durante o clássico frente ao Sporting. Durante esse jogo, a quebra de vidros do guarda-corpos na zona onde se encontravam os adeptos do Porto resultou em ferimentos em 17 adeptos do Sporting. O CD da FPF anunciou que ““a instauração ocorreu na sequência da conversão do processo de inquérito n.º 02 – 2025/2026.””
O Porto respondeu ao castigo que levou ao encerramento de um setor, com recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto. Esta ação demonstra a determinação do clube em contestar as decisões que considera injustas e representa mais um capítulo nas tensões que envolvem a arbitragem em Portugal.
Tensões crescentes no futebol
Esses episódios ressaltam a tensão crescente no futebol português, onde as queixas sobre arbitragem e o comportamento dos adeptos estão a ser cada vez mais comuns. Esta situação levanta questões sobre os critérios de decisão aplicados pelos árbitros e as consequências que os clubes devem enfrentar, assim como os atletas que expressam a sua indignação sobre a arbitragem. Com processos disciplinares a serem instaurados em diferentes clubes, a questão permanece: como se resolverá esta crise?
As reações dos clubes e dos seus adeptos continuarão a moldar a narrativa do futebol nacional, e será necessário encontrar um equilíbrio entre a defesa da integridade do jogo e a liberdade de expressão dos envolvidos. O impacto dessas situações será analisado com atenção nos próximos meses.
Perspectivas para o futuro
Os próximos meses serão cruciais para determinar como os clubes integrarão essas situações e o que essas decisões disciplinares significam para o futuro do futebol português. A pressão para resolver as controvérsias em torno da arbitragem poderá levar a mudanças significativas nas políticas e procedimentos adotados pela FPF e pelos clubes.
Num ambiente onde a competitividade é intensa, é vital que se estabeleçam normas claras e consistentes para a arbitragem, de modo a garantir que todos os clubes sejam tratados de forma justa e equitativa. O caminho a seguir exigirá diálogo e colaboratividade entre todos os intervenientes do desporto.