Eleições do Benfica: Divergências Marcam Candidaturas

  1. Eleições marcadas para 25 de outubro
  2. Luís Filipe Vieira critica proposta
  3. João Noronha Lopes opõe-se ao voto eletrónico
  4. Martim Mayer defende voto físico e online

As eleições para a presidência do Benfica, agendadas para o dia 25 de outubro, estão a ser marcadas por intensas divergências entre os candidatos, sobretudo em relação ao novo Regulamento Eleitoral proposto. A proposta da Mesa da Assembleia Geral (MAG), que sugere o voto eletrónico para sócios fora do país e nas Regiões Autónomas, tem gerado forte contestação, especialmente por parte de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do clube. Vieira, que já ocupou a presidência durante 18 anos, expressou a sua preocupação sobre a nova regulamentação, afirmando que a proposta “introduz incerteza processual” e não garante a “idoneidade técnica e segurança jurídica”. Ele apela a uma revisão urgente do documento, antes da Assembleia Geral marcada para o dia 27 de setembro.

Vieira critica ainda que “o voto electrónico condicionado à aceitação de todas as listas, como preveem os estatutos”, não assegura, em caso de rejeição, o direito ao voto à distância para todos os sócios. “O que deveria ser assegurado, no mínimo, pelo voto por correspondência”, destacou em comunicado, fazendo alusão à desigualdade que essa situação poderá provocar nas próximas eleições. A situação torna-se ainda mais complexa pelo facto de que os locais das secções de voto somente serão divulgados após o dia 10 de outubro, o que, segundo Vieira, cria “uma absoluta desigualdade” entre aqueles que já ocupam posições de controlo no clube e os novos candidatos.

Divergências quanto ao voto eletrónico

Por outro lado, João Noronha Lopes, candidato derrotado nas eleições passadas, manifestou a sua oposição ao voto eletrónico, argumentando que a MAG deveria estar focada em garantir uma estrutura de votação clara e acessível, em vez de promover um sistema que “não tem base estatutária, nem consenso para avançar”. Ele acredita que a candidatura de Luís Filipe Vieira não contribui para este objetivo, e reforça que a ajuda aos sócios na identificação de locais de voto é crucial para garantir eleições “justas, transparentes, fiáveis e acessíveis ao maior número possível de sócios”.

Noronha Lopes sublinha também que a MAG “prefere alimentar um folhetim eleitoral com promessas de voto ‘online’” sem oferecer soluções concretas e práticas. Outro candidato, o advogado João Diogo Manteigas, fez eco das críticas ao regulamento, qualificando-o como “um mau serviço ao clube e uma oportunidade perdida”. Manteigas desafiou os outros candidatos para a realização de debates, com o objetivo de fomentar uma discussão saudável e informada sobre o futuro do clube.

Visões favoráveis ao voto eletrónico

Enquanto isso, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho tomaram uma posição mais favorável em relação à proposta da MAG, defendendo que o “voto eletrónico ‘online’ coexista com o voto físico”, para que nenhum benfiquista seja impedido de exercer o seu direito de voto por fatores geográficos, logísticos ou de saúde. Mayer pediu explicações sobre o funcionamento do voto eletrónico, e sublinhou que se as exigências estabelecidas pelos novos estatutos forem cumpridas, a sua candidatura dará o apoio necessário.

Carvalho enfatiza que “nenhum benfiquista deve ser impedido de exercer o seu direito de voto por razões geográficas, logísticas ou até de saúde”, reiterando a necessidade de garantir que todos os sócios tenham acesso às suas direitas democráticas sem restrições.

Um clima de intensas disputas

Com a disputa acirrada e as propostas em conflito, estas eleições prometem ser tudo menos pacíficas. A cada dia que passa, até ao dia 25 de outubro, poderá haver mais reviravoltas e debates acalorados entre os candidatos. À medida que se aproxima a data das eleições, a tensão entre os concorrentes aumenta, refletindo a paixão e a dedicação que os benfiquistas têm pelo seu clube.

A situação apresenta um desafio não só para os candidatos, mas também para os sócios, que devem decidir qual a visão e a liderança que desejam para o futuro do Benfica. O desfecho deste processo eleitoral poderá ter um impacto significativo na forma como o clube se dirige nos próximos anos.