O recente debate entre Rui Costa e João Noronha Lopes, candidatos à presidência do Benfica, revelou posições divergentes sobre o futuro do clube e o possível regresso de Bernardo Silva. Rui Costa, o atual presidente, abordou o mercado de janeiro, afirmando que “Se o Benfica necessitar de melhorar a sua equipa, cá estaremos em janeiro.” Ele também comentou sobre a satisfação de Bruno Lage com o actual plantel antes da sua saída, indicando que a estrutura do clube está atenta às necessidades do treinador, mesmo mencionando as dificuldades enfrentadas por José Mourinho devido à falta de tempo para treinar: “Ontem jogámos, hoje recuperamos e amanhã viajamos para Guimarães.” Costa reiterou que, se for necessário, o Benfica estará pronto para fazer ajustes para melhorar a equipa, apesar de não ter uma verba específica em mente: “Vamos reforçar para bem, isso é certo. Se gastarmos, é porque temos capacidade.”
No tocante a Bernardo Silva, que termina contrato com o Manchester City em Junho, a abordagem de Rui Costa foi clara. Ele refutou as garantias de Noronha Lopes sobre o regresso do jogador, rememorando um tempo em que estas promessas eram comuns: “Ninguém pode garantir que um jogador regresse ao Benfica. Estamos a falar de campanhas de anos '80 ou '90.” Costa realçou que, se Bernardo Silva decidir voltar, será uma escolha pessoal baseada no seu amor pelo clube, não por influência de nenhum presidente: “Se ele vem por um presidente, não é bom nem para ele, nem para o clube.” Estas declarações refletem a crença de Rui Costa de que a motivação de um jogador para retornar deve ser o clube em si, e não uma figura da direcção.
Sanções no Sporting após o Clássico
Enquanto isso, no Sporting, o clube enfrenta sanções após incidentes ocorridos durante o clássico contra o FC Porto. O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu intervir com a interdição parcial do setor A17 do Estádio José Alvalade, que será fechado devido ao arremesso de objetos durante a partida. Apesar de os responsáveis do Sporting terem conhecimento dos incidentes, o inquérito foi arquivado parcialmente. O castigo resulta de “agressões simples com reflexo no jogo por período igual ou inferior a 10 minutos.” A indignação é palpável, especialmente com a decisão do CD de não aplicar uma sanção mais severa, optando pela interdição temporária do setor A17. O castigo foi implementado, refere o CD, devido ao arremesso de “vários objetos, nomeadamente isqueiros, na direção dos jogadores do FC Porto, que festejavam o primeiro golo da sua equipa.”
Neste contexto, a reação não poderia ser diferente. A direcção do Sporting decidiu avançar com um recurso ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para contestar a decisão, com a esperança de que uma revisão permita reverter as sanções impostas. O ambiente tenso não só abala o clube, mas também coloca em evidência a luta pelo reconhecimento e pelo respeito tanto dentro como fora de campo.
A Participação dos Adeptos nas Eleições
Rui Costa, por sua vez, apelou aos benfiquistas para que compareçam às urnas, promovendo uma participação activa e pacífica nas eleições: “Que consigamos um novo recorde. E acima de tudo que haja respeito. Que não haja atrito, como no sábado passado.” Este apelo destaca a necessidade de união e respeito entre os adeptos, tanto dentro do ambiente do clube como na cena pública.
Com eleições presidenciais a caminho e um clima de tensão em ambos os clubes, Rui Costa e a direcção do Sporting enfrentam desafios significativos que poderão moldar o futuro das suas equipas. A situação revela a importância do apoio dos adeptos e a necessidade de uma gestão responsável e transparente nas direcções dos clubes.