O Benfica alegou que não foi pentacamampeão nacional de futebol devido ao ataque de Rui Pinto ao seu sistema informático, entre 2015 e 2019. A defesa do criador do 'Football Leaks' contestou estas afirmações, levantando questões sobre a pressão sentida pelos jogadores e a realidade dos resultados desportivos. Segundo Luísa Teixeira da Mota, advogada de Rui Pinto, “isto é ridicularizar os próprios atletas”. Ela enfatizou que os futebolistas lidam semanalmente com uma enorme pressão, e que reduzir a responsabilidade dos resultados às ações de Rui Pinto é uma simplificação injusta.
A advogada recordou que, durante a época em questão, o treinador Rui Vitória nunca trouxe à baila a questão dos ataques informáticos. “Nunca foi tema de conversa no balneário”, disse ela, relembrando que a realidade dos resultados pode ser muito mais complexa. Inclusivamente, Luís Filipe Vieira, ex-presidente do clube, chegou a declarar que um golo sofrido nos finais do jogo foi a verdadeira razão pela qual o Benfica não conseguiu conquistar o campeonato.
Críticas à Narrativa de Colapso
Teixeira da Mota também salientou que a diferença de pontos do Benfica em relação à época anterior foi mínima e que “esta ideia de que o clube colapsou é só ficção dramática”. Reforçou que, ao contrário do que se poderia pensar, o Benfica não perdeu patrocínios relevantes durante esse período.
Além disso, a defesa criticou o sistema judicial, afirmando que “punir de forma agravada alguém que expôs crimes, mesmo obtendo informação por meios ilícitos, transmite uma mensagem ambígua à sociedade”. A advogada defende que o sistema é “duro com quem denuncia e tolerante com quem é denunciado”, o que coloca em causa a justiça do processo.
Questões sobre Responsabilidade e Justiça
É importante notar que a defesa de Rui Pinto não deseja que ele seja visto como um herói ou um santo. O seu objetivo é garantir que o julgamento seja equilibrado e justo. Como resultado destas declarações, o caso de Rui Pinto não só continua a trazer à tona questões acerca da responsabilidade desportiva e das consequências de ações ilícitas, como também levanta debates sobre a integridade do sistema judicial e a forma como aborda crime e denúncia.
Rui Pinto enfrenta um total de 241 crimes, incluindo acesso ilegítimo qualificado, violação de correspondência agravados e dano informático, enquanto a atenção pública continua a focar-se na evolução deste caso e suas implicações para o futebol português.