O movimento Servir o Benfica fez questão de emitir um comunicado firme sobre a proposta de votação eletrónica para os próximos atos eleitorais do clube. Este movimento expressa preocupações sérias sobre a integridade do processo de votação, afirmando: “O voto eletrónico compromete direitos básicos do sócio, pois potencia a fraude e não assegura a confidencialidade do voto.” A declaração evidencia um receio profundo de que a transição para um sistema de votos eletrónicos possa afetar negativamente os princípios democráticos que sustentam a instituição.

O comunicado prossegue, enfatizando que “as mesmas razões pelas quais não se recorre ao voto eletrónico nas eleições para os Órgãos de Soberania da República, incluindo nos círculos da emigração” aplicam-se também ao contexto do clube. Este movimento, já anteriormente crítico em relação a este método de votação, defende que a discussão atual deveria ser orientada pelo bom senso e pelo respeito pelas normas estatutárias em vigor.

Uma Declaração de Princípios

De forma direta, o grupo conclui: “Voto Eletrónico? NÃO!” Esta afirmação contundente representa uma clara mensagem de resistência às pressões externas ou a mudanças indesejadas, mesmo numa fase pré-eleitoral. O movimento recorda a todos que “a questão das condições de admissibilidade do voto eletrónico foi soberanamente decidida pelos sócios há menos de 6 meses”. Para o movimento, esta decisão não deve ser ignorada ou reavaliada sem um debate apropriado.

Além disso, o movimento argumenta que afirmar que a restrição do voto eletrónico beneficia apenas “os sócios residentes em Lisboa” é uma manifesta desinformação. A realidade, sublinham, indica que “no último ato eleitoral — o mais participado da história centenária do Sport Lisboa e Benfica — os sócios residentes em Portugal Continental votaram exclusivamente de forma presencial”. Mais de metade desses votantes exerceu o seu direito fora da cidade de Lisboa, demonstrando que a participação não está, de forma alguma, restrita à capital.

Soluções Propostas

O movimento apresenta sugestões práticas para a inclusão dos sócios que residem nas Regiões Autónomas e no estrangeiro. Propõem que o Benfica deve organizar secções de voto nessas regiões “com base em critérios de bom senso, responsabilidade e razoabilidade”. Além disso, sugerem que “deve ser assegurado o voto por correspondência” para os sócios no exterior, seguindo a prática em outras eleições do país.

Essas propostas visam garantir que todos os sócios tenham a oportunidade de participar no processo electoral, independentemente da sua localização geográfica. O movimento acredita que estas soluções são viáveis e demonstram um compromisso com a democracia e a inclusão.

Agradecimento e Responsabilidade

Um dos momentos altos do comunicado é o reconhecimento do trabalho da Mesa da Assembleia Geral. O movimento expressa a sua apreciação pelo “Dr. Pereira da Costa pela forma serena e colaborativa como conduziu os trabalhos preparatórios do ato eleitoral do passado dia 28 de julho”. A preocupação com a integridade do processo electoral é evidente quando concluem que é responsabilidade da Mesa “defender intransigentemente as regras estatutárias e pelos superiores interesses do maior clube do mundo”.

Este reconhecimento sublinha a importância da liderança e da transparência em momentos de decisão crucial para o clube, reafirmando que a integridade do processo deve ser sempre a prioridade máxima.

Um Chamado à União

Por fim, o movimento encerra reafirmando que, independentemente das pressões externas, manterá a sua posição sobre o voto eletrónico: “É essa a responsabilidade que os Estatutos e a lei lhe atribuem. Viva o Benfica!” Estas palavras ecoam como um apelo à comunidade benfiquista para que se unam na defesa dos direitos fundamentais dos sócios, posicionando o clube como uma entidade que opera dentro dos princípios da democracia e da responsabilidade.

Este comunicado é, portanto, uma convocatória para que os sócios do Benfica reflitam sobre a importância da participação ativa e da preservação dos valores democráticos na gestão do clube.