Fábio Veríssimo, árbitro indicado para dirigir a Supertaça Cândido de Oliveira entre Sporting e Benfica, partilhou as suas perspetivas sobre a arbitragem nesta partida de grande tensão e simbolismo. Com um percurso que alia a experiência em campo ao apuramento técnico, o juiz revela uma visão aprofundada sobre o papel do árbitro.
Neste artigo são abordadas as suas influências pessoais, a aplicação das novas regras, a comunicação com os jogadores, a gestão de críticas e a preparação psicológica.
Experiência pessoal no futebol
Fábio Veríssimo salientou a vantagem do seu passado como jogador de futebol na sensibilidade que desenvolveu para identificar situações e emoções no jogo. “Efetivamente joguei futebol, desde o tempo que fui para a escola primária até aos 19 ou 20 anos. Já era árbitro e jogava futebol. Isso dá-me uma sensibilidade extra para perceber o que é natural, o que é que não é natural, o que é 'cavado', o que é que não é 'cavado'.”
Acrescentou que esta experiência o ajuda a ser mais compreensivo face às frustrações dos jogadores, realçando que “quando jogava bola, também achava que nunca fazia faltas”
e que por isso consegue interpretar melhor as suas reações e o desenrolar dos lances em campo.
Compromisso com as novas regras do IFAB
O árbitro confirmou o seu empenho em aplicar as recentes alterações às regras da arbitragem introduzidas pelo IFAB para esta época. Veríssimo explica que irá comunicar as mudanças aos capitães ao início do jogo, reforçando o papel destes como líderes e responsáveis pelo cumprimento das regras. “Vou desejar boa sorte. Vou pedir para respeitarem a regra do capitão, vou relembrar que este ano há alteração dos oito segundos, da regra do guarda-redes, e vou-lhes pedir colaboração”
, afirmou.
Destacou ainda que estas alterações foram cuidadosamente estudadas e testadas para melhorar o futebol, evidenciando que concorda plenamente com as medidas e está preparado para as implementar durante a partida.
Comunicação com os jogadores
Veríssimo enfatiza a importância de adaptar a comunicação de acordo com o perfil de cada jogador. “Depende sempre do jogador que está envolvido na situação, no incidente. Há jogadores que não conversam com os árbitros, não falam connosco. Eu também não dou abertura e também não tento invadir o espaço deles.”
No entanto, sempre que questionado, o árbitro procura explicar as decisões de forma pedagógica, promovendo um equilíbrio entre firmeza e compreensão para manter a disciplina e o respeito no jogo.
Reação às críticas do Benfica
Sobre o recente comunicado do Benfica que criticava o seu historial, Fábio Veríssimo manteve a calma e não se deixou afetar. “Relativamente a comunicados, não tenho nada a comentar. Mas não me deixa magoado, passa-me ao lado.”
Este posicionamento revela a sua serenidade e profissionalismo, mantendo o foco na sua tarefa e evitando que fatores externos perturbem o seu desempenho.
Preparação psicológica e foco na imparcialidade
O árbitro explicou que a sua preparação psicológica é uniforme para todos os jogos, independentemente das circunstâncias e críticas envolventes. “Nós preparamo-nos estudando as equipas. Temos também sempre em atenção os últimos encontros entre as próprias equipas e, neste caso especial, também por ser o primeiro jogo da época, também ter em conta o jogador ainda não está sua melhor fase de forma.”
Salientou que o mais importante é que o jogo decorra com justiça e que a equipa de arbitragem passe despercebida, o que é sempre o ideal. “O mais importante é, no final, ninguém falar da equipa da arbitragem, que é aquilo que se espera sempre.”